Redação do Site Inovação Tecnológica - 21/10/2003
A indústria automobilística continua trabalhando avidamente por uma solução que permita diminuição do consumo de combustível e da emissão de poluentes pelos automóveis. Até agora é quase consensual que os veículos híbridos, colocando no mesmo carro motores a combustão alimentados a diesel ou gasolina e motores elétricos, devem ser o caminho intermediário, até que se adote uma solução mais definitiva e revolucionária como as células a combustível.
Entretanto, um pesquisador da Universidade de Missouri (Estados Unidos) acaba de lançar uma idéia diferente: ao invés de substituir totalmente os motores a combustão, a solução também seria híbrida, mas com motores elétricos alimentados por pequenas células a combustível, capazes de dar ao veículo uma autonomia de não mais do que 40 quilômetros. Não parece pouco?
"Cerca de 47 por cento de toda a quilometragem rodada diariamente por um veículo é feita dentro de um perímetro de 20 milhas [32 quilômetros]." afirma o professor Galen Suppes, autor da proposta. "Além do mais, cerca de 50 por cento dos veículos viajam 20 milhas ou menos por dia, e esses percursos são feitos na área urbana, onde a economia de combustível não é o forte dos motores convencionais a combustão, além dos seus efeitos ambientais danosos."
Batizada pelo professor de tecnologia híbrida "plug-in", sua solução é uma versão modificada do veículo híbrido, que utiliza baterias para abastecer seus motores elétricos e que já está disponível comercialmente. As baterias elétricas seriam mantidas, mas poderiam ser menores.
A célula a combustível daria um grau adicional de liberdade aos carros híbridos. Ao plugar o carro na tomada, a eletricidade poderia ser utilizada tanto para recarregar baterias quanto para hidrolizar água para formar hidrogênio, o qual poderá ser utilizado para abastecer a célula a combustível. Na versão com armazenamento de hidrogênio, as células a combustível seriam utilizadas para gerar hidrogênio e oxigênio, os quais ficariam armazenados em tanques. Esta configuração poderia reduzir a quantidade de energia a ser suprida ao carro, uma vez que o hidrogênio será utilizado para alimentar as células que produzirão eletricidade.
O professor estima que um carro com sua solução "plug-in" teria um incremento de custos de apenas US1.000,00 em comparação com os veículos híbridos atuais e seria uma solução interessante como transição para uma tecnologia totalmente baseada no hidrogênio. Isto, porque, baseando-se em suas estatísticas, cerca de metade dos automóveis passariam a funcionar unicamente com as células a combustível, só utilizando os motores a combustão quando precisassem sair da rotina.