Redação do Site Inovação Tecnológica - 23/10/2006
Processador de DNA
Pesquisadores afirmaram ter construído um processador cujo funcionamento é baseado em moléculas de DNA.
Um computador desse tipo poderá vir a ser utilizado, quando totalmente desenvolvido, no diagnóstico e tratamento de doenças como câncer e diabetes ou em estudos de novas doenças, como a gripe aviária.
"Este é um grande passo na computação à base de DNA," afirma Joanne Macdonald, da Universidade de Colúmbia, Estados Unidos, cientista que coordenou a pesquisa.
O trabalho tem para a área da computação genômica o significado que teve a criação dos primeiros circuitos integrados para a área da eletrônica.
Processador molecular
Um processador molecular é um dispositivo cujos circuitos são formados por moléculas de DNA e não por transistores de silício, como os processadores tradicionais.
O "computador" foi batizado de MAYA-II, uma sigla para "Molecular Array of YES and AND logic gates": estrutura molecular de portas lógicas SIM e E.
Há anos os cientistas tentam construir computadores a partir do DNA. Mas conseguir porções de DNA de dimensões nanoscópicas, que possam ser utilizadas como circuitos elétricos capazes de resolver problemas lógicos têm sido um desafio e tanto.
O MAYA-II tem 100 desses circuitos e é capaz de jogar jogo-da-velha e vencer seus oponentes humanos em todas as partidas, à exceção de uns poucos empates.
São nove seções de culturas celulares organizadas de forma a lembrar um "tabuleiro" de jogo-da-velha. Cada seção contém uma solução de DNA codificada com corantes fluorescentes vermelho e verde.
Computação molecular
O computador de DNA sempre faz o primeiro movimento, ativando a sua seção central, equivalente ao centro do jogo.
Em vez de usar botões para jogar, o oponente humano faz seu movimento adicionando um seqüência de DNA na seção correspondente à sua opção de jogo.
No atual estágio, o jogo bem que poderia ser chamado de paciência, já que cada movimento a ser feito pelo computador leva pelo menos 30 minutos.
O MAYA-II já está sendo utilizado em testes práticos, na tentativa de melhorar o diagnóstico de doenças virais, já que o processador de DNA consegue distinguir entre diversas descendências virais.
No futuro, segundo sugere a pesquisadora, um computador à base de DNA poderá ser implantado no corpo tanto para diagnosticar e matar células cancerosas quanto para monitorar e tratar doenças como o diabetes, liberando insulina no organismo quando necessário.