Redação do Site Inovação Tecnológica - 27/01/2005
A construção de microlaboratórios do tamanho de circuitos integrados, também conhecidos pelo seu nome em inglês "lab-on-a-chip", já não é mais novidade, já que eles podem ser feitos com as mesmas técnicas utilizadas para a fabricação de chips eletrônicos. Mas nem sempre é fácil manipular em seu interior as minúsculas quantidades de líquidos que devem transitar em seus canais.
Agora Don Naugle e Igor Lyuksyutov, pesquisadores da Universidade do Texas, Estados Unidos, conseguiram levitar quantidades minúsculas de fluidos utilizando magnetos. Desta forma, os fluidos não tocam a superfície do material, podendo fluir muito mais facilmente.
Utilizando magnetos inseridos dentro do seu microlaboratório, do tamanho de um selo postal, os cientistas não apenas conseguiram que fluidos e microcristais levitassem, mas eles também conseguiram controlar a orientação dos cristais.
A descoberta poderá representar um avanço significativo no campo desses microlaboratórios, levando a novas aplicações na medicina, química e na engenharia química.
As gotas utilizadas na experiência são do tamanho de bactérias e 100 vezes menores do que o diâmetro de um fio de cabelo humano. Esta é a primeira vez que se demonstra a levitação controlada em nanoescala.
Os pesquisadores já testaram seu microlaboratório de levitação utilizando várias soluções de álcoois, óleos, alguns tipos de pós e até mesmo glóbulos vermelhos do sangue e bactérias.
Embora ainda tenha quer ser aperfeiçoada, a capacidade de controle das gotas é o efeito mais promissor da pesquisa. Desta forma será possível, por exemplo, misturar-se duas gotas individuais de reagentes, cada uma contendo algumas poucas moléculas.
"Embora tenha levado vários anos para conseguir o processo de levitação de gotas, nós precisamos ver se podemos conseguir manipular DNA, nanotubos e outros materiais utilizando tanto campos magnéticos quanto elétricos. Será entusiasmante ver se nós podemos transportar nanotubos por levitação precisamente para posições definidas no interior de um chip de silício. Isto poderá abrir mais portas para futuras pesquisas," comemora Naugle.
O trabalho foi publicado no periódico científico Applied Physics Letter.