Redação do Site Inovação Tecnológica - 14/09/2004
Pesquisadores da Universidade Temple, Estados Unidos, estão utilizando uma proteína presente no sangue humano para desenvolver e montar nanopartículas de óxidos que poderão agir como catalisadores para a limpeza de ambientes contaminados com metais tóxicos.
"A proteína que nós utilizamos para construir essas nanopartículas é a ferritina, uma proteína que nós carregamos em nosso sangue," afirma Daniel R. Strongin, um dos autores da pesquisa. "Ela é uma proteína de armazenamento de ferro, de forma que, se houver excesso de ferro em nosso sangue, ele estará guardado na ferritina. Então, quando nosso corpo precisa de ferro, a ferritina libera o que estiver armazenado."
As nanopartículas têm seu tamanho determinado exatamente pela quantidade de ferro que possuem. Esse ferro induz a oxidação de metais pesados presentes em lagos e rios ou mesmo em águas subterrâneas. Quando oxidados, os metais se depositam, podendo então ser retirados.
A pesquisa está focando a eliminação do cromo hexavalente, ou Cr-6, presente em lençóis freáticos. A nanopartícula sintetizada pelos pesquisadores faz com que o cromo passe do estado hexavalente para trivalente, que é insolúvel. O cromo trivalente pode então ser retirado da água por filtragem.
Os pesquisadores estão tão entusiasmados com os resultados que acreditam que poderão obter resultados semelhantes com o tecnécio-7, um metal pesado presente em locais de deposição de lixo radioativo. Caso tenham sucesso, a ferritina poderá evitar que o metal pesado atinja as águas subterrâneas.