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Eletrônica

Técnica viabiliza produção industrial de diodos moleculares

Redação do Site Inovação Tecnológica - 10/05/2006

Técnica viabiliza produção industrial de diodos moleculares

Já havíamos noticiado aqui que os diodos moleculares deram início à era da nanoeletrônica. Embora tenham sido demonstrados experimentalmente, eles ainda estavam em escala de laboratório.

Agora, pesquisadores holandeses conseguiram pela primeira vez desenvolver uma técnica que permite a fabricação de diodos moleculares de alto rendimento, usando substratos padrão da indústria eletrônica.

Os diodos moleculares, construídos por cientistas da Universidade Groningen e da empresa Philips, trabalhando conjuntamente, têm a espessura de uma molécula - cerca de 1,5 nanômetro - e podem ser integrados em circuitos eletrônicos plásticos.

E é justamente na integração - a possibilidade de se colocar mais componentes numa mesma área - que está a principal promessa da nanoeletrônica. Utilizando processos pelos quais as moléculas se auto-organizam, agora já é possível a fabricação de circuitos eletrônicos com umaúnica molécula de espessura.

A natureza já faz isso há milhões de anos: tanto a fotossíntese nas plantas quanto o sistema nervoso dos animais funcionam com base em estruturas moleculares que conduzem cargas elétricas e que se montam sozinhas. Deixando que as próprias moléculas se organizem será possível atingir um nível de precisão jamais sonhada quando se trata mesmo dos mais modernos equipamentos feitos pelo homem.

"A eletrônica molecular não irá competir com as atuais tecnologias de circuitos integrados baseados em silício," avisa o pesquisador Dago de Leeuw, em um comunicado da Philips. "A eletrônica molecular poderá ser uma opção interessante para a fabricação de componentes eletrônicos plásticos. A eletrônica plástica é muito promissora para a fabricação de componentes quando se exige que o processo ocorra a baixa temperatura e com baixos custos."

A técnica agora descoberta utiliza monocamadas confinadas em furos predefinidos em um polímero colocado sobre o eletrodo-base. A chave para o sucesso foi a deposição de uma camada adicional de eletrodo plástico sobre a monocamada, antes da deposição do eletrodo metálico. O eletrodo de plástico protege a monocamada e permite a deposição do eletrodo de ouro sem que ele destrua o que já havia sido montado.

Bibliografia:

Artigo: Towards molecular electronics with large-area molecular junctions
Autores: Hylke B. Akkerman, Paul W.M. Blom, Dago M. de Leeuw, Bert de Boer
Revista: Nature
Data: May 4 2006
Vol.: Volume 440, Number 7089
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