Logotipo do Site Inovação Tecnológica





Energia

Baterias do tamanho de grãos de poeira para alimentar robôs do tamanho de células

Redação do Site Inovação Tecnológica - 20/08/2024

Baterias do tamanho de grãos de poeira para alimentar robôs do tamanho de células
As baterias de zinco-ar já são usadas em aparelhos auditivos devido à sua elevada densidade de energia.
[Imagem: Ge Zhang et al. - 10.1126/scirobotics.ade4642]

Microbaterias

Baterias minúsculas poderão permitir o envio de robôs autônomos do tamanho de uma célula para levar medicamentos a pontos específicos no corpo humano, além de outras aplicações, como localização de vazamentos em gasodutos, sensores e internet das coisas.

As microbaterias medem 0,1 milímetro de comprimento e 0,002 milímetro de espessura.

Elas pertencem à classe das baterias de zinco-ar, o que significa que elas capturam oxigênio atmosférico e o utilizam para oxidar zinco, criando uma corrente de até 1 volt, o que é suficiente para alimentar um pequeno circuito, sensor ou atuador.

"Achamos que isso será muito facilitador para a robótica. Estamos construindo funções robóticas na bateria e começando a juntar esses componentes em dispositivos," disse o professor Michael Strano, do MIT, cuja equipe já havia desenvolvido micropartículas robotizadas para monitorar o meio ambiente ou seu estômago e nanopartículas capazes de gera eletricidade.

Um dos maiores desafios no desenvolvimento de pequenos robôs que possam sentir e responder a estímulos em seu ambiente é garantir que eles tenham potência suficiente. As principais tentativas envolvem o uso de células solares, mas isto exige lasers apontados o tempo todo para os microrrobôs, para servirem como um sol artificial - por precisarem ser manipulados externamente, esses microrrobôs são conhecidos como "marionetes". As microbaterias resolvem este problema, deixando os robôs independentes.

Baterias do tamanho de grãos de poeira para alimentar robôs do tamanho de células
Estrutura da microbateria.
[Imagem: Ge Zhang et al. - 10.1126/scirobotics.ade4642]

Baterias de zinco-ar

As baterias de zinco-ar já são usadas em aparelhos auditivos devido à sua elevada densidade de energia, o que significa que elas têm uma vida útil significativamente superior à das baterias comuns.

A bateria construída pela equipe consiste em um eletrodo de zinco conectado a um eletrodo de platina, embutidos em uma tira de um polímero chamado SU-8, que é comumente usado na microeletrônica. Quando esses eletrodos interagem com moléculas de oxigênio do ar, o zinco se oxida e libera elétrons que fluem para o eletrodo de platina, criando uma corrente.

Os protótipos conseguiram fornecer energia suficiente para alimentar um atuador - neste caso, um braço robótico que pode ser levantado e abaixado. A bateria também poderia alimentar um memoristor, um componente eletrônico que armazena memórias de eventos alterando sua resistência elétrica, e um circuito de relógio, que permite que dispositivos robóticos controlem o tempo.

A bateria também forneceu energia suficiente para operar dois tipos diferentes de sensores que mudam sua resistência elétrica quando encontram produtos químicos no ambiente. Um dos sensores é feito de dissulfeto de molibdênio atomicamente fino e o outro de nanotubos de carbono, mostrando o nível de miniaturização almejado pela equipe.

"Estamos criando os blocos de construção básicos para desenvolver funções no nível celular," acentuou Strano.

Bibliografia:

Artigo: High energy density picoliter-scale zinc-air microbatteries for colloidal robotics
Autores: Ge Zhang, Sungyun Yang, Jing Fan Yang, David Gonzalez-Medrano, Marc Z. Miskin, Volodymyr B. Koman, Yuwen Zeng, Sylvia Xin Li, Matthias Kuehne, Albert Tianxiang Liu, Allan M. Brooks, Mahesh Kumar, Michael S. Strano
Revista: Science Robotics
Vol.: 9, Issue 93
DOI: 10.1126/scirobotics.ade4642
Seguir Site Inovação Tecnológica no Google Notícias





Outras notícias sobre:
  • Baterias
  • Micro e Nano Robôs
  • Miniaturização
  • Músculos Artificiais

Mais tópicos