Redação do Site Inovação Tecnológica - 21/06/2005
Cientistas da Rede de Pesquisas em Detecção Precoce do Câncer, uma entidade norte-americana, descobriram que um biochip é capaz de detectar vários tumores sólidos, inclusive o câncer de pulmão, logo nos primeiros estágios da doença.
Utilizando DNA mitocondrial, eles conseguiram validar uma nova técnica que aumenta a precisão das medições feitas pelo biochip (conhecido tecnicamente como DNA microarray), o que permite a detecção precoce de vários tipos de câncer.
O DNA mitocondrial (mtDNA) tem um papel importante nos mecanismos de respiração e conversão de energia das células. Nos anos 1990, pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade Johns Hopkins, também nos Estados Unidos, observaram alterações nas seqüências do mtDNA em cânceres sólidos, embora não tenham conseguido estabelecer uma relação causal para esse comportamento.
O trabalho então feito sugeria que determinadas alterações no mtDNA poderiam servir como indicadores precoces para vários tipos de câncer. Embora promissora, a técnica seria totalmente dependente do desenvolvimento de métodos de altíssima precisão - e a custos razoáveis - para detectar os indicadores cancerígenos, em oposição às variações naturais do mtDNA.
Foi isso que os pesquisadores fizeram agora. Trabalhando nos Laboratórios NIST, eles utilizaram um método conhecido como electroforese capilar, aplicado sobre o sequenciamento integral do genoma mitocondrial, para descobrir as alterações do mtDNA que estão associadas com o câncer.
O novo biochip de sequenciamento de DNA, empregado na pesquisa, ainda está em fase de aprimoramento, mas já está se mostrando uma ferramenta importantíssima e precisa para o diagnóstico do câncer. Ele é mais rápido, mais fácil de interpretar e trabalha com um volume de dados maior do que os biochips anteriores.
O trabalho "Mitochondrial DNA as a Cancer Biomarker" foi publicado no último exemplar do Jornal de Diagnósticos Moleculares.