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Informática

Jogadores de videogame aceleram pesquisa genética

Katherine Gombay - 10/12/2011

Jogadores de videogame avançam pesquisa genética
"Não estamos substituindo os seres humanos por computadores ou pedindo-lhes para competir com as máquinas. Eles estão trabalhando juntos."
[Imagem: Phylo]

Brincando de genética

Milhares de jogadores de videogame estão ajudando a avançar a compreensão da base genética de doenças como diabetes, epilepsia, mal de Alzheimer e câncer.

Eles são os usuários do Phylo, um jogo online desenvolvido pelos Drs. Jérôme Waldispuhl e Blanchette Mathieu, da Universidade McGill, no Canadá.

O jogo Phylo foi projetado para permitir que os jogadores contribuam com a pesquisa científica sem precisarem entender de genética, apenas organizando várias sequências de blocos coloridos que representam o DNA humano.

Durante o ano passado, 17.000 usuários registrados do Phylo brincaram com o jogo simplesmente para se divertir ou optaram por ajudar a decodificar uma determinada doença genética.

Procurando similaridades e diferenças entre essas sequências de DNA, os cientistas passam a ter uma nova visão sobre uma variedade de doenças de fundo genético.

"Há muito entusiasmo na ideia de se divertir com um jogo e, ao mesmo tempo, contribuir para a ciência," afirmou Blanchette. "É uma diversão livre de culpa, você pode dizer a si mesmo que não está só desperdiçando o tempo."

Precisão humana

A idéia de usar um videogame para resolver o problema de alinhamento das múltiplas sequências de DNA surgiu porque esta é uma tarefa difícil para os computadores.

"Há alguns cálculos que o cérebro humano faz de forma mais eficiente do que qualquer computador. Reconhecer e classificar padrões visuais se enquadra nessa categoria", explicou Waldispuhl.

"Os computadores são melhores em lidar com grandes quantidades de dados desorganizados, mas onde precisamos de alta precisão, precisamos dos seres humanos. Neste caso, os genomas que estamos analisando já foram pré-alinhados por computadores, mas existem partes que continuam desalinhadas. Nosso objetivo é identificar essas partes e transformar a tarefa de alinhá-las em um quebra-cabeça que as pessoas vão querer resolver," prossegue o cientista.

Ciência-cidadã

Desde que o jogo foi lançado, em novembro de 2010, os pesquisadores receberam mais de 350 mil soluções para os problemas de alinhamento de sequências.

"O Phylo contribuiu para melhorar nossa compreensão da regulação de 521 genes envolvidos em uma variedade de doenças. Ele também confirma que os problemas computacionalmente difíceis podem ser incorporados em um jogo casual que pode ser facilmente jogado por pessoas sem qualquer formação científica", disse Waldispuhl.

"O que estamos fazendo aqui é diferente das abordagens clássicas da ciência-cidadã. Não estamos substituindo os seres humanos por computadores ou pedindo-lhes para competir com as máquinas. Eles estão trabalhando juntos. É uma sinergia de seres humanos e máquinas que ajuda a resolver um dos problemas biológicos mais fundamentais," concluiu o cientista.

Os pesquisadores estão divulgando os resultados computados a partir das soluções coletadas durante o último ano, juntamente com uma versão melhorada do Phylo para tablets.

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