Redação do Site Inovação Tecnológica - 22/12/2021
Detecção magnética de tsunamis
O modo como os animais pressentem grandes catástrofes naturais, como terremotos, e fogem deles, é algo que tem escapado à compreensão científica há séculos.
Mas, mesmo que não sejamos dotados de sentidos naturais para isso, nós também podemos "pressentir" grandes catástrofes, desde que tenhamos os sensores adequados para nos avisar com antecedência.
Acontece que um tsunami gera campos magnéticos que podem ser detectados vários minutos antes de qualquer variação no nível do mar.
É o que acaba de demonstrar um trio de pesquisadores do Japão e dos EUA que estudou todos os dados colhidos durante o tsunami de 2009 em Samoa e o de 2010 no Chile.
Além de permitir melhorar significativamente os sistemas de alerta de tsunamis já existentes, a descoberta reforça as hipóteses de que os animais detectem eventos desse tipo por biossensores magnéticos que possuam em seus cérebros.
Tsunamis e campos magnéticos
Os tsunamis geram campos magnéticos à medida que movem a água do mar - que é eletricamente condutora, devido à sua alta salinidade - através do campo magnético da Terra.
Já haviam sido formuladas hipóteses de que o campo magnético do tsunami chegaria antes de uma mudança no nível do mar, mas faltavam medições simultâneas do magnetismo e do nível do mar, que são necessárias para demonstrar o fenômeno.
Zhiheng Lin e seus colegas conseguiram agora evidências do mundo real para usar os campos magnéticos dos tsunamis para prever a altura das ondas geradas pelo fenômeno. Para isso, eles usaram dados de dois eventos reais - tsunami de 2009 em Samoa e tsunami de 2010 no Chile - que têm os dois conjuntos de dados necessários.
Previsão da altura do tsunami
Os dados confirmam que o campo magnético gerado por um tsunami chega à costa antes da mudança no nível do mar e que a magnitude desse campo magnético é um indicador fidedigno da altura da onda do tsunami.
O quanto antes o campo magnético chega depende da profundidade da água: Nos dois casos estudados, o tempo de chegada antecipada foi de cerca de um minuto antes da mudança do nível do mar em um mar de 4.800 metros de profundidade.
Essas informações podem fornecer um alerta antecipado de desastres se incorporadas aos modelos de risco de tsunami, dizem os pesquisadores, potencialmente salvando vidas.
Para tiramos proveito desse conhecimento, contudo, terão que ser instalados sensores de campo magnético ao longo de todas as costas com riscos da ocorrência de tsunamis.