Redação do Site Inovação Tecnológica - 13/12/2007
Três anos depois que Catarina tornou-se o primeiro ciclone a atingir o Brasil, agora foi a vez de um terremoto, com intensidade de 4,9 graus na escala Richter. O tremor destruiu o vilarejo de Caraíbas, distrito de Itacarambi, em Minas Gerais. Em diversos países os terremotos são problemas quase que do dia-a-dia e bem mais sérios, tanto pela sua ocorrência mais freqüente, como pela intensidade que atingem.
Terremotos avisam que estão chegando
Mas a situação poderia ser diferente, pelo menos no que se refere à preparação da população e à evacuação prévia das áreas atingidas. Segundo um pesquisador da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, os grandes tremores de terra dão aviso com quase uma semana de antecedência. O problema é que ninguém dá atenção a esses avisos.
O professor Antony Fraser-Smith afirma que os grandes terremotos emitem um gigantesco pulso de ondas eletromagnéticas de freqüência ultra-baixa, dias ou até semanas antes de ocorrerem. Mas não existem instalações de monitoramento que possam detectar essas ondas e emitir os avisos para a população.
Descoberta por acaso
A descoberta foi feita quando Fraser-Smith trabalhava com a detecção de ondas de rádio vindas do espaço. Em 5 de Outubro de 1989 seus equipamentos detectaram um forte sinal, que permaneceu por 12 dias. Às 14:00 horas o sinal aumentou repentinamente, ficando de 20 a 30 vezes mais forte. Às 17:00 horas ocorreu o terremoto de Loma Prieta, em São Francisco, que atingiu 7,1 na escala Richter e matou 63 pessoas.
Esquecido por décadas
Ao procurar na bibliografia, ele descobriu que pelo menos outros três cientistas já haviam registrado a ocorrência dessas ondas de baixa freqüência antecedendo grandes terremotos. O primeiro desses estudos data de 1964. Mas essas pesquisas não tiveram prosseguimento. O próprio Fraser-Smith teve que interromper suas pesquisas logo depois de sua descoberta, por falta de financiamento. Só agora ele está conseguindo retomar o trabalho.
Terremotos muito fortes
Os resultados ainda são preliminares e os próprios equipamentos não foram aprimorados para a detecção desse tipo de onda. Desta forma, o cientista acredita que a técnica pode ser útil inicialmente para detectar a iminência de terremotos muito grandes, acima de 7 graus de intensidade, porque as ondas de fundo da atmosfera tendem a mascarar sinais mais fracos. Acontecem cerca de 10 terremotos acima dessa magnitude por ano ao redor do mundo.