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Super-raios são milhares de vezes mais fortes que raios normais

Redação do Site Inovação Tecnológica - 24/11/2020

Super-raios são milhares de vezes mais fortes que um raio normal
Este foi o maior super-raio detectado até hoje, com mais de 3 TW de potência.
[Imagem: Peterson/Lay - 10.1029/2020JD033378]

Raio de 3 terawatts

Dois novos estudos observacionais sobre os raios mais brilhantes da Terra, conhecidos como "super-raios", descobriram que eles não apenas podem ser mais de 1.000 vezes mais brilhantes, mas que também são diferentes dos raios comuns.

Além de ajudar a compreender melhor esses fenômenos raros, os resultados podem ajudar nos esforços de proteção contra eles, como alertas públicos de tempestades e melhorias nas normas de engenharia.

Os dois estudos analisaram eventos de relâmpagos vistos por satélites em órbita, o que permitiu obter imagens melhores de como esses relâmpagos energéticos se originam e se espalham.

E os dados mostraram que eles são muito mais fortes do que se pensava.

"Um raio até excedeu 3 terawatts de potência - milhares de vezes mais forte do que um raio comum detectado do espaço," disse Michael Peterson, do Laboratório Nacional Los Alamos, nos EUA. "Compreender esses eventos extremos é importante porque nos diz do que os raios são capazes."

Super-raios

A pesquisa aborda um debate ainda não resolvido entre os cientistas sobre como esses relâmpagos energéticos se originam.

Os super-raios foram observados pela primeira vez em 1977, com base em medições de brilho óptico feitas pelo satélite Vela. A caracterização inicial classificava um super-raio como uma descarga 100 vezes mais brilhante do que um raio típico, mas hoje os dados mostram que os super-raios são tipicamente milhares de vezes mais brilhantes e, portanto, mais energéticos.

O maior debate entre os cientistas, contudo, tem sido se essas observações representam fenômenos distintos dos raios comuns; isto porque o ângulo de visão de um satélite, por exemplo, pode afetar o brilho observado de um raio.

Os pesquisadores então adicionaram aos dados normais dos satélites os sinais detectados por um sensor semelhante a uma câmera, o que permitiu calcular o brilho total dos relâmpagos de forma mais precisa.

Eles propõem que os super-raios resultam de eventos nuvem-solo carregados positivamente, que são eventos muito raros, em vez dos eventos nuvem-solo carregados negativamente mais comuns, característicos da maioria dos raios.

Bibliografia:

Artigo: Geostationary Lightning Mapper (GLM) Observations of the Brightest Lightning in the Americas
Autores: Michael Peterson, Erin Lay
Revista: Journal of Geophysical Research: Atmospheres
DOI: 10.1029/2020JD033378

Artigo: Revisiting the Detection of Optical Lightning Superbolts
Autores: Michael Peterson, Matt W. Kirkland
Revista: Journal of Geophysical Research: Atmospheres
DOI: 10.1029/2020JD033377
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