Redação do Site Inovação Tecnológica - 24/11/2020
Raio de 3 terawatts
Dois novos estudos observacionais sobre os raios mais brilhantes da Terra, conhecidos como "super-raios", descobriram que eles não apenas podem ser mais de 1.000 vezes mais brilhantes, mas que também são diferentes dos raios comuns.
Além de ajudar a compreender melhor esses fenômenos raros, os resultados podem ajudar nos esforços de proteção contra eles, como alertas públicos de tempestades e melhorias nas normas de engenharia.
Os dois estudos analisaram eventos de relâmpagos vistos por satélites em órbita, o que permitiu obter imagens melhores de como esses relâmpagos energéticos se originam e se espalham.
E os dados mostraram que eles são muito mais fortes do que se pensava.
"Um raio até excedeu 3 terawatts de potência - milhares de vezes mais forte do que um raio comum detectado do espaço," disse Michael Peterson, do Laboratório Nacional Los Alamos, nos EUA. "Compreender esses eventos extremos é importante porque nos diz do que os raios são capazes."
Super-raios
A pesquisa aborda um debate ainda não resolvido entre os cientistas sobre como esses relâmpagos energéticos se originam.
Os super-raios foram observados pela primeira vez em 1977, com base em medições de brilho óptico feitas pelo satélite Vela. A caracterização inicial classificava um super-raio como uma descarga 100 vezes mais brilhante do que um raio típico, mas hoje os dados mostram que os super-raios são tipicamente milhares de vezes mais brilhantes e, portanto, mais energéticos.
O maior debate entre os cientistas, contudo, tem sido se essas observações representam fenômenos distintos dos raios comuns; isto porque o ângulo de visão de um satélite, por exemplo, pode afetar o brilho observado de um raio.
Os pesquisadores então adicionaram aos dados normais dos satélites os sinais detectados por um sensor semelhante a uma câmera, o que permitiu calcular o brilho total dos relâmpagos de forma mais precisa.
Eles propõem que os super-raios resultam de eventos nuvem-solo carregados positivamente, que são eventos muito raros, em vez dos eventos nuvem-solo carregados negativamente mais comuns, característicos da maioria dos raios.