Com informações da BBC - 10/01/2017
Ligas de silício
Pesquisadores japoneses acreditam ter demonstrado finalmente qual é o elemento químico que compõe grande parte do núcleo da Terra, juntamente com o ferro e o níquel.
Eles vêm procurando esse elemento há décadas, já que apenas o ferro e o níquel não conseguem explicar o comportamento do núcleo do planeta.
Agora, ao recriar as altas temperaturas e pressões encontradas nas profundezas do planeta, experimentos sugerem que o candidato mais provável é o silício.
Os resultados não surpreendem, já que o silício é o segundo elemento mais abundante na crosta terrestre, respondendo por mais de 28% de sua massa. Mas parece que ele é importante lá no fundo também.
O elemento é de grande utilidade na fabricação de semicondutores e de componentes de máquinas e motores, e na produção de silicone.
"Cerca de 5% do peso (do núcleo interno da Terra) pode ser silício dissolvido em ligas metálicas de ferro-níquel", explicou Eiji Ohtani, da Universidade de Tohoku.
Dados sísmicos
Os cientistas acreditam que a estrutura mais interna da Terra é uma bola sólida com um raio de 1,2 mil quilômetros. Essa parte é principalmente composta de ferro, que corresponde a 85% de seu peso, e níquel, que responde por outros 10%. Somando esses dois elementos, sobram ainda 5% restantes.
Como é impossível acessar diretamente essa região, os cientistas estudam como as ondas sísmicas a atravessam para determinar sua composição.
Para conduzir o experimento, Eiji Ohtani e sua equipe criaram ligas metálicas de ferro e níquel e as misturaram com silício. Eles, então, submeteram esses materiais a imensas pressões e temperaturas, similares às que existem no interior da Terra.
Essa mistura correspondeu àquela observada nas profundezas do planeta a partir de dados sísmicos. Ohtani afirmou que mais pesquisas são necessárias para confirmar a existência de silício e descartar a de outros elementos, como o oxigênio.