Redação do Site Inovação Tecnológica - 05/01/2011
Engenheiros ingleses desenvolveram um novo sistema baseado em sensores acústicos que alerta sobre a iminência de um deslizamento de terra.
O sistema funciona "ouvindo" o comportamento acústico do solo para determinar quando um deslizamento de terra está para acontecer.
O alarme pode permitir a adoção de medidas preventivas ou, na pior das hipóteses, permitir que a população das áreas de risco seja retirada antes da ocorrência do acidente.
A técnica foi desenvolvida por pesquisadores da Universidade de Loughborough e do Serviço Geológico Britânico.
Ouvindo a terra
O ruído gerado pelo movimento de terra sob a superfície aumenta gradativamente conforme a inclinação torna-se instável. Assim, medir o aumento da taxa de som gerado permite uma previsão exata de um colapso catastrófico do solo.
"Da mesma forma que dobrar um palito de sorvete gera ruídos na fissura que se acumulam até que ele se quebre, o movimento de terra antes de um deslizamento gera aumento das taxas de ruído," explica o professor Neil Dixon, um dos responsáveis pelo projeto.
As taxas do ruído criado pelo atrito interpartículas são proporcionais às taxas de movimentação do solo, o que significa que um aumento das emissões acústicas é um indicador direto de que a inclinação está mais perto da falha.
Esse efeito já é conhecido desde os anos 1960, mas a equipe do professor Dixon foi a primeira a desenvolver uma técnica para capturar e processar as informações e, sobretudo, estabelecer uma conexão entre o ruído e a taxa de deslocamento do solo enquanto o evento está acontecendo.
Sensores no solo
O sistema de detecção consiste de uma rede de sensores enterrados por toda a encosta ou talude que apresenta risco de colapso.
Os sensores, que funcionam como se fossem microfones no subsolo, registram a atividade acústica do terreno em toda a encosta. Cada sensor transmite um sinal para um computador central para análise, de onde pode ser disparado o alarme em caso de necessidade.
O alarme tanto pode ser uma sirene, no caso de áreas povoadas, quanto de mensagens de texto para as autoridades responsáveis, permitindo-lhes paralisar o trânsito em rodovias ou acionar o departamento de obras para tentar estabilizar o solo.
O próximo passo da pesquisa é miniaturizar o sistema e incorporar a capacidade de processamento nos próprios sensores, dispensando o uso de um computador central, o que permitirá o uso do sistema em locais remotos.
Recentemente um grupo de pesquisadores italianos apresentou um sistema semelhante, que usa uma rede de sensores sem fios para monitorar uma montanha sujeita a deslizamentos.