Redação do Site Inovação Tecnológica - 26/06/2014
Medidor de arrepios
"Interface homem-máquina de vestir" é o pomposo nome dado por seus criadores a esse novo dispositivo.
Mas ele também atende de boa vontade por sensor de arrepios.
Só que Jaemin Kim e seus colegas do Instituto Kaist, na Coreia do Sul, querem que ele seja bem mais do que isso.
A intenção para o futuro é desenvolver uma interface flexível capaz de medir estados emocionais de forma objetiva por meio da medição do arrepio, cujo nome técnico é piloereção.
"Nós descobrimos que a altura do arrepio e a duração da piloereção podem ser deduzidos pela análise da variação da capacitância [mostrada pelo sensor]," disse o professor Young-Ho Cho.
A variação da capacitância a que Cho se refere é monitorada por meio de um componente eletrônico chamado capacitor coplanar, cujo esquema pode ser visto na figura.
Os arrepios são detectados e medidos calculando uma relação linear simples entre a deformação do sensor flexível e o decréscimo da capacitância.
O sensor, feito com um polímero condutor chamado PEDOT:PSS, foi incorporado em um substrato de silício biocompatível, chamado Ecoflex 0030, formando um conjunto fino e totalmente flexível - o sensor propriamente dito tem uma espessura de apenas 1,2 micrômetro.
Sensores de emoção
Embora muitos estudos ainda sejam necessários para estabelecer uma correlação precisa entre cada medição física e estados emocionais específicos, o que já se sabe permite inferir que essas relações existem, argumentam os pesquisadores.
"No futuro, as emoções humanas serão monitoradas como qualquer informação biométrica típica, como a temperatura corporal ou a pressão arterial," profetiza Cho.
Sendo assim, ele já imagina seus "sensores de emoções" sendo vendidos para monitorar os índices de satisfação dos consumidores perante anúncios, o gosto por músicas específicas e "outros serviços alimentados pelo acesso direto às emoções do usuário final".
Neste protótipo, os sinais são lidos pelo sensor flexível, mas precisam ser transferidos por fios para serem analisados por computador.
O próximo passo da pesquisa é tornar flexível todo o circuito, aí sim, criando uma interface homem-máquina "de vestir".