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Espaço

Satélites serão arremessados ao espaço, sem foguetes

Redação do Site Inovação Tecnológica - 26/01/2022

Empresa vai arremessar satélites ao espaço, sem foguetes
Este é o protótipo já operacional da empresa, com a mesma altura que a Estátua da Liberdade.
[Imagem: SpinLaunch/Divulgação]

Arremesso de satélites

A SpaceX mostrou que é possível baratear lançamentos de satélites e viagens espaciais usando foguetes reutilizáveis.

A empresa emergente norte-americana SpinLaunch quer simplificar ainda mais as coisas: Em vez de usar foguetes, a ideia arremessar os satélites diretamente para órbita.

A ideia é similar a um brinquedo muito comum em todo o mundo, em que um objeto é amarrado na ponta de um barbante e girando-se o barbante o máximo que se conseguir; soltando-o no ponto certo, o objeto sobe muito mais do que se conseguiria simplesmente arremessando-o diretamente.

O que a SpinLaunch fez foi construir uma estrutura em que uma roda é girada em altíssima velocidade por um motor, em um ambiente sem ar, usando uma estrutura similar à de uma roda voadora.

O objeto a ser lançado em órbita é mantido preso à parte externa da roda e, quando a velocidade máxima é atingida, ele é liberado por um controle eletrônico para sair precisamente pelo bocal da estrutura, rompendo uma espécie de lacre que mantém o ambiente interno da roda.

A estrutura de teste, com 50 metros de altura, conseguiu fazer lançamentos a "dezenas de milhares de quilômetros" de altura, mas ainda altitudes suborbitais.

Agora, a empresa acaba de receber um aporte de recursos de US$100 milhões para construir seu próximo protótipo, bem mais avançado, cujo projeto pode ser visto no vídeo abaixo.

 

Satélites sem foguete

Enquanto o protótipo de testes se parece com um exaustor industrial e arremessa suas cargas na vertical, o próximo será maior e já inclinado, arremessando os satélites com a inclinação precisa para colocá-los em órbita da Terra.

Segundo a empresa, o protótipo atual, já operacional, já seria capaz de fazer lançamentos com o auxílio de um pequeno no foguete, que faria o restante do percurso quando o impulso do arremesso começasse a perder velocidade.

Esse mecanismo será usado inicialmente na próxima versão, que já será operacional. Contudo, o objetivo é chegar a um arremesso único, colocando diretamente em órbita satélites de até 200 quilogramas.

Empresa vai arremessar satélites ao espaço, sem foguetes
A versão operacional será instalada no litoral, longe de áreas urbanas.
[Imagem: SpinLaunch/Divulgação]

Lançamento cinético

Conseguir as velocidades necessárias não representa grande problema, sendo uma questão de colocar motores maiores e criar um vácuo relativo na câmara de aceleração.

O grande desafio é garantir uma transição desse ambiente de quase vácuo do acelerador para o ar ambiente, já que, nas velocidades envolvidas, o ar representa uma autêntica parede.

Nos anos 1960, um projeto conjunto do Canadá e dos EUA, chamado HARP (High Altitude Research Project), testou o arremesso de satélites em órbita, mas não havia naquela época materiais que pudessem garantir a integridade do próprio satélite.

Isso agora mudou, segundo a SpinLaunch: "Materiais de baixo custo e alta resistência ao peso, como a fibra de carbono moderna, são uma parte crítica do que torna o SpinLaunch possível, enquanto a eletrônica moderna, materiais e ferramentas de simulação permitem que os satélites sejam adaptados ao ambiente de lançamento cinético com relativa facilidade."

Empresa vai arremessar satélites ao espaço, sem foguetes
Chassi para montagem de satélites já adequados ao lançamento por arremesso.
[Imagem: SpinLaunch/Divulgação]

10.000 g

O protótipo de testes atual da empresa já permitiu fazer lançamentos que saem do arremessador de satélites a Mach 6, ou seis vezes a velocidade do som (7.400 km/h).

Isso obviamente cria um estrondo sônico, similar ao dos aviões que ultrapassam a velocidade do som ou dos foguetes. Por isso a empresa planeja construir seu lançador em um local distante dos centros urbanos e que tenha uma inclinação natural, para baratear os custos.

A seguir, será necessário encontrar clientes dispostos a alterar a fabricação de seus satélites para que eles possam suportar o equivalente a 10.000 g - a empresa garante que isso pode ser feito com um aumento de peso dos satélites de no máximo 10%.

Para facilitar, a empresa já preparou um chassi com a resistência e formato adequados, que poderá ser adquirido pelos clientes.

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