Redação do Site Inovação Tecnológica - 26/02/2014
Rotor de campo acústico
A luz torcida causou uma revolução no campo não apenas da fotônica, mas também da nanotecnologia, por exemplo, permitindo a criação de um tripé de luz capaz de levitar objetos.
As apostas agora estão abertas para o que será possível fazer com o "som torcido".
Xue Jiang e seus colegas da Universidade Nanjing, na China, criaram um dispositivo capaz de manipular o som com uma flexibilidade sem precedentes.
Segundo eles, sua técnica permitirá a criação de equipamentos de ultra-som de nova geração, revolucionando o campo do imageamento médico.
Usando metamateriais, os pesquisadores construíram um "rotor de campo acústico", que consegue girar a frente da onda de forma que ela parece estar se propagando em outra direção.
Rotores de campo para ondas eletromagnéticas e ondas de líquidos já foram demonstrados experimentalmente, sendo promissores nas suas respectivas áreas, mas "outro tipo importante de onda clássica, uma onda acústica, é uma parte muito mais familiar do nosso cotidiano e poderá encontrar aplicações em uma variedade de situações," disse o professor Jian-chun Cheng, coordenador do trabalho.
O avanço foi possível porque a equipe descobriu que os rotores acústicos podem ser construídos com base nos mesmos princípios usados para os rotores eletromagnéticos, ou seja, usando materiais anisotrópicos, que possuem propriedades físicas que variam em diferentes direções.
A equipe espera que o rotor acústico, com sua capacidade de manipular livremente as frentes de ondas de som, melhore o funcionamento de equipamentos que exigem o controle preciso das ondas acústicas.
A possibilidade de girar as ondas de som permitirá melhorar o contraste das imagens de ultra-som e permitir imagear tecidos danificados ou diagnosticar doenças de uma forma que não é possível com os aparelhos de hoje.