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Robótica

Rodas de robôs são reinventadas para não afundarem na neve

Duncan Graham-Rowe/New Scientist - 31/07/2009

Rodas de robôs são reinventadas para não afundarem na neve

[Imagem: Takaoka et al.]

Frequentemente se diz que não se deve reinventar a roda, mas quando se trata de enviar robôs de resgate para áreas de avalanches, isto pode ser exatamente o que se deve fazer. É isto o que dizem pesquisadores japoneses, que desenvolveram uma roda ajustável que pode se adaptar a diferentes condições de neve e gelo.

Robôs de resgate

Os robôs estão sendo cada vez mais utilizados para localizar sobreviventes em áreas de desastres, como terremotos e avalanches, que podem estar presos em locais arriscados demais para o pessoal de resgate. "Mas poucos desses robôs servem para o resgate na neve," explica o Dr. Taro Iwamoto, da Universidade de Ryukoku. Mesmo as esteiras podem patinar ou afundar em certos tipos de gelo e de neve.

A equipe de Iwamoto acredita ter encontrado uma solução melhor do que as esteiras. Eles criaram uma roda com seis palhetas móveis, ligadas tanto à roda quanto a um cubo excêntrico central. A parte de trás de cada sapata engrena-se na roda, enquanto um eixo que sai do cubo une-se à sapata próximo ao seu centro.

Funcionamento da roda robótica

Variando a posição do cubo central em relação ao eixo da roda, o operador pode alterar o ângulo das palhetas, garantindo a melhor tração possível para cada situação e evitando que a roda afunde ou derrape.

Por exemplo, quando sobre o gelo, as palhetas podem ser colocadas em ângulo para que aquelas que estão por baixo ancorem na superfície para ganhar tração, fazendo a roda girar para a frente. Em neve macia, elas podem tanto agir como sapatas, para compactar a neve, quanto funcionar como uma esteira.

A roda também pode se transformar em um dispositivo de escavação, permitindo que o robô atravesse uma barreira de neve ou simplesmente abra um caminho. Para evitar que a neve entupa o espaço central entre as palhetas, o mecanismo do cubo central é acondicionado em um disco.

Lenta mas promissora

Em reportagem da revista New Scientist, Noel Sharkey, roboticista da universidade inglesa de Sheffield, que não faz parte da equipe que criou a nova roda, afirmou que os testes iniciais do dispositivo sobre a neve parecem ser muito promissores.

Ele acredita que o mecanismo deverá dar mais tração do que as alternativas, como as esteiras ou os esquis. Mais importante, segundo ele, é que os robôs com esse sistema de locomoção poderão carregar mais peso. "Mas eu suspeito que eles poderão ser bem mais lentos," disse ele.

Robô com tração nas 4 rodas

De fato, o protótipo atual tem uma velocidade máxima de 20 centímetros por segundo, embora Iwamoto afirme que sua equipe está projetando uma versão do robô com tração nas quatro rodas, que ele acredita que será bem mais rápido. "Nós pretendemos testá-lo no próximo inverno," diz Iwamoto (equivalente ao próximo verão no Brasil).

Robôs capazes de viajar sobre o gelo e a neve poderão ter um papel importante na localização e resgate de pessoas em avalanches, atuando em conjunto com homens e cães treinados. Eles poderão ser especialmente úteis no caso de edifícios atingidos por estas avalanches, que se tornam locais de acesso extremamente difícil.

Bibliografia:

Artigo: Hollow, Variably Configured Segmented Wheel Suitable for Snow Travel
Autores: Shotaro Takaoka, Kazuya Horikawa, Akinori Nagano, Taro Iwamoto
Revista: Journal of Robotics and Mechatronics
Vol.: 21, No.2 pp. 216-22
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