Redação do Site Inovação Tecnológica - 13/08/2012
Mole mas durável
Imitar a natureza é uma das técnicas favoritas dos roboticistas, que podem herdar projetos que já tiveram tempo suficiente para evoluir, com soluções sempre muito criativas.
É o chamado biomimetismo.
Fazer um robô que se move como uma lagarta, porém, não pareceu suficiente para um grupo de engenheiros dos EUA e da Coreia do Sul.
Isto porque a ideia de fazer "robôs moles" é justamente dar maior robustez aos robôs, evitando os muitos defeitos que ocorrem com as peças mecânicas.
Mas lagartas são moles demais, e podem ser "neutralizadas" por muito menos do que o pisar de um pequeno animal ou mesmo a bicada de um pássaro - eles podem não querer comer o robô, mas é preciso que o robô saia intacto do mal-entendido.
Verme robótico
Isso não é problema para o novo verme robótico, criado por uma equipe do MIT e das universidades de Harvard (EUA) e Seul (Coreia do Sul).
Além de se mover por peristaltismo - espichando e encolhendo o próprio corpo - o robô suporta pancadas com um martelo e até um pisão completo de um ser humano andando normalmente.
Passado o inconveniente, o robô retoma seu caminho normalmente, sem nenhum dano.
O feito foi possível porque o robô, chamado Meshworm (verme malha, em tradução livre), foi quase inteiramente feito de componentes flexíveis.
Malha com músculos artificiais
O corpo do robô-lagarta é uma malha larga, tecida em segmentos e incorporando fios de uma liga de níquel e titânio, uma liga com memória de forma, conhecia popularmente como músculo artificial.
Cada segmento é construído com uma malha de polímeros, que estica e encolhe de forma parecida com uma mola. Os músculos artificiais, por sua vez, são fios que se estendem ao longo do segmento.
Esse design imita os dois principais grupos musculares das lagartas, que possuem fibras musculares circulares, que se estendem ao redor do corpo tubular do animal, e fibras musculares longitudinais, que se estendem pelo seu comprimento.
A aplicação de uma corrente elétrica faz com que os músculos artificiais encolham; quando a energia é desligada, o corpo do robô distende-se novamente. Repetindo esses comandos de forma coordenada é possível fazer o robô se mover.
E se mover em segurança, resistindo a qualquer pancada.
"Você pode pisá-lo que ele não vai colapsar," afirma Sangbae Kim, um dos autores do projeto. "A maioria das peças mecânicas são partes rígidas e quebradiças em pequena escala, mas o Meshworm é totalmente fibroso e flexível. Os músculos são macios, e o corpo é mole. Estamos começando a obter algumas capacidades corporais metamórficas."