Redação do Site Inovação Tecnológica - 20/06/2013
Sem âncoras
Praticamente toda a exploração marinha, seja para mapeamento, estudos biológicos ou exploração comercial ou mineração, é feita com robôs submarinos.
O grande inconveniente, e o grande limitador desses veículos subaquáticos, é que eles são dirigidos por controle remoto, permanecendo ancorados ao navio-base por meio de cabos que limitam seu movimento e seu alcance.
É por isso que pesquisadores espanhóis projetaram o Tridente, um robô submarino de grande porte capaz de se mover e fazer seu trabalho de forma autônoma.
Em sua avaliação final, o robô submarino mergulhou nas águas próximas à ilha de Maiorca, localizou e recuperou um objeto em um fundo marinho desconhecido de forma totalmente autônoma, enfrentando todas as condições comumente encontradas em mar aberto.
"O Tridente demonstrou a viabilidade de procurar e recuperar um objeto qualquer, de forma autônoma, independentemente de qual seja esse objeto", disse o pesquisador Pedro Sanz, especialista em inteligência artificial que ajudou a desenvolver o sistema de controle do robô.
O robô submarino foi dotado de um sistema multitarefa que lida simultaneamente com a navegação, o sistema de visão artificial que procura pelo objeto e o sistema de manipulação, que permite recuperar o objeto.
"É um sistema multitarefa que incorpora uma estratégia em duas etapas: na primeira, o sistema é lançado ao mar e faz uma varredura da área de interesse, localiza o objeto procurado e constrói um mapa visual do fundo do mar. Depois disto, o robô volta para a superfície, quando só tenho a dizer-lhe, antes de lançá-lo de volta para a água, qual é a intervenção a ser feita e que queremos que ele faça com o objeto," explicou Sanz.
Caixas-pretas de aviões
Um dos maiores desafios encontrados pelos pesquisadores foi a execução da intervenção propriamente dita, quando o veículo precisa compensar continuamente sua posição - em vista das correntes submarinas - e a posição dos seus braços robóticos para manipular o objeto de interesse com precisão.
Segundo Sanz, entre as aplicações potenciais da nova tecnologia estão a recuperação de caixas-pretas de aviões que caem no mar e de artefatos de antigas embarcações submersas.
Mas praticamente todos os estudos marinhos têm a ganhar com um robô que faça o serviço de forma autônoma, seja para mapear o fundo do mar ou para estudar formas de vida ainda desconhecidas - principalmente porque o sistema de controle do robô pode ser usado em robôs menores e mais simples.