Redação do Site Inovação Tecnológica - 10/07/2009
Um Einstein robótico hiper-realista, aprimorado na Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, desenvolveu a capacidade de fazer expressões faciais, inclusive sorrir de maneira quase natural.
Seus criadores utilizaram uma técnica de inteligência artificial chamada "aprendizado autodirigido," por meio da qual o robô olha para ele próprio em um espelho, analisando suas próprias expressões faciais com a ajuda de um software de detecção de expressões.
Reconhecimento de expressões faciais
O programa, chamado CERT - Computer Expression Recognition Toolbox, ferramenta computadorizada de reconhecimento de expressões - fornece os dados necessários para que os algoritmos de aprendizado façam as conexões entre os motores que acionam os "músculos" do robô e os mapas que representam as expressões faciais.
Já existem inúmeros robôs capazes de demonstrarem expressões faciais, mas virtualmente todos eles baseiam-se em um conjunto fixo de regras para demonstrar emoções definidas, como alegria, tristeza ou decepção. Essas expressões são programadas uma a uma e o robô só faz repeti-las a um comando.
A inovação do robô-Einstein é que o processo de aprendizado das expressões foi automatizado, tornando o robô capaz de infinitas variações nas expressões, alternando, por exemplo, de alegre a zangado, ou de "satisfeito" a "muito feliz."
Psicologia desenvolvimental
A pesquisa baseou-se em teorias do aprendizado de máquina e da psicologia desenvolvimental. Os psicólogos dessa linha teorizam que as crianças aprendem a controlar seus corpos por meio de movimentos exploratórios sistemáticos, por exemplo balbuciando para aprender a falar.
"Nós aplicamos a mesma ideia para o problema de um robô aprendendo a fazer expressões faciais realísticas," conta o professor Javier Movellan, coordenador da pesquisa. O robô com cara de Einstein, utilizado na pesquisa, é disponível comercialmente, mas não vem com as habilidades fornecidas pelo sistema de inteligência artificial agora desenvolvido.
Expressões de máquina
Embora os primeiros resultados sejam promissores, os pesquisadores verificaram que o robô também "aprende" algumas expressões estranhas, que não são usadas pelos humanos. Uma possível explicação para isso é que o modelo usado para descrever a associação entre os atuadores e a pele do robô ainda é muito simples.
O próximo passo da pesquisa será justamente desenvolver um modelo mais completo da geração das expressões faciais. Os pesquisadores perceberam também que a teoria da repetição dos movimentos parece não ser eficiente o bastante. Com isto, a pesquisa poderá ajudar a lançar novas luzes sobre a própria psicologia na qual o estudo inicialmente se baseou.