Com informações da ESA - 30/07/2012
Problemas a caminho
Dentro de uma semana, o maior robô já enviado ao espaço deverá chegar a Marte.
Se tudo der certo, o Curiosidade, também chamado de Laboratório Científico de Marte, fará uma aterragem espetacular no Planeta Vermelho.
Os últimos dias foram tensos porque a sonda espacial Mars Odyssey, da NASA, apresentou uma falha de navegação, correndo o risco de não estar onde deveria para que os engenheiros acompanhem a delicada missão de descida do Curiosidade.
Ainda não está totalmente garantido que os engenheiros consigam colocá-la na posição adequada a tempo.
Este é o segundo problema grave da missão, depois que se descobriu que o robô Curiosidade vai contaminar amostras de Marte.
Missões humanas
O problema com a sonda espacial não deverá atrapalhar a operação propriamente dita, já que o robô Curiosidade fará sua complexa descida, que deverá durar cerca de 7 minutos, de forma autônoma.
Mas pode atrapalhar o monitoramento em tempo real e o rastreamento de alguma eventual falha.
Felizmente, duas outras sondas espaciais estão a postos, e deverão fazer adequadamente sua parte - a MRO (Mars Reconnaissance Orbiter), também da NASA, e a Mars Express, da ESA (Agência Espacial Europeia).
A aterragem na Cratera de Gale marcará o início de um programa de exploração ambicioso, para estudar a habitabilidade, o clima e a geologia de Marte, além de colher dados para futuras missões humanas ao planeta.
O MSL, ou Curiosidade, é o maior rover planetário já enviado a Marte, onde deverá pousar na madrugada do dia 6 de Agosto.
Minutos de terror
Quando a nave entrar na atmosfera do planeta, a 21.000 km/h, vão começar o que os engenheiros da NASA chamam de "sete minutos de terror", durante os quais os sofisticados sistemas de entrada, descida e aterragem desacelerarão a nave até que ela atinja uma velocidade de menos de 3,6 km/h, para que toque o solo suavemente.
A pedido da NASA, a Mars Express, em órbita do planeta desde Dezembro de 2003, também estará ao serviço durante aqueles sete minutos, retransmitindo dados que poderão ser cruciais no caso de alguma coisa correr mal.
Os engenheiros europeus estão ativando um instrumento que foi projetado para se comunicar com o robô Beagle 2, que foi a Marte junto com a Mars Express, mas que se perdeu na operação de aterragem.
"Começamos a otimizar a nossa órbita há alguns meses, para que a Mars Express tenha uma órbita devidamente alinhada e com boa visibilidade para a trajetória planejada para o MSL," disse Michel Denis, diretor de operações da Mars Express.
Terminado o procedimento, a Mars Express irá desacelerar novamente para apontar sua antena em direção à Terra e transmitir os dados gravados, que serão recebidos por uma estação da ESA na Austrália.
"A cooperação científica e técnica em Marte entre a ESA e a NASA é uma atividade de longa duração e de benefícios mútuos, que nos ajudam a reduzir riscos e a aumentar o retorno dos resultados científicos," disse Denis.