Richard Merritt - 02/07/2009
Bioengenheiros da Universidade de Duke, no Reino Unido, desenvolveram um robô em escala de laboratório que consegue localizar minúsculas peças metálicas no interior do corpo humano e guiar uma agulha até sua localização exata - tudo sem a necessidade de assistência humana.
"Sementes" radioativas
Os experimentos bem-sucedidos estão levando os pesquisadores a acreditar que logo um robô desse tipo poderá ajudar a remover estilhaços metálicos em pacientes e também ser utilizado em tratamentos de radioterapia, com a inserção e remoção de "sementes" radioativas usadas nos tratamentos de câncer de próstata e outros.
Nas experiências mais recentes, os engenheiros começaram com um robô rudimentar cujos "olhos" são constituídos por uma nova tecnologia de ultrassom 3-D desenvolvida na mesma universidade.
Simulação de cirurgias
Um programa de inteligência artificial funciona como o cérebro do robô, capturando a informação 3-D em tempo real, processando-a e dando ao robô os comandos específicos para que ele faça o trabalho. Nas cirurgias simuladas, os pesquisadores usaram dois pedaços de agulha, com 2 milímetros de comprimento, como alvo.
"Nós ligamos um eletroímã à nossa sonda 3-D, o que fez o estilhaço vibrar o suficiente para que seu movimento pudesse ser detectado," explica o pesquisador A.J. Rogers. "Assim que o computador estabeleceu as coordenadas da peça metálica ele guiou a agulha para a sua localização exata."
Agora que comprovaram que o robô consegue guiar a agulha até a localização exata, será uma simples questão de substituir a agulha com a ferramenta adequada para desempenhar cada tipo de função.
"Visão" de ultrassom
O projeto do robô foi possível, segundo os pesquisadores, pelos avanços na tecnologia de ultrassom, permitindo a geração de imagens 3-D em movimento em tempo real. A vibração induzida na peça metálica, por exemplo, não pode ser visível a olho nu, mas pode ser detectada pela "visão" de ultrassom do robô.
Eles destacaram ainda que utilizaram um robô muito rudimentar nestes testes iniciais, dotado de apenas três graus de liberdade. O próximo passo da pesquisa será avaliar o funcionamento do sistema em um robô mais moderno, com seis graus de liberdade e precisão ainda maior, preparando-se para o lançamento de um robô cirurgião completo.