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Robótica

Rato-robô com cérebro de macaco sente o mundo ao seu redor

Redação do Site Inovação Tecnológica - 28/01/2012

Robô recebe cérebro de macaco e bigodes de rato
As informações coletadas pelos bigodes, que se movem e vibram, alimentam o cérebro virtual, baseado no funcionamento real de cérebros de macaco.
[Imagem: Nathan Lepora]

Percepção robótica

O aspirador de pó robotizado Roomba é o maior sucesso comercial da robótica doméstica até hoje.

É necessário acrescentar que ele é o único sucesso comercial da tão promissora robótica pessoal até hoje.

Os usuários gostam tanto dele que lhe dão nome, tratam-no como se fosse um mascote e fazem clubes de amigos dos seus robôs-limpadores-automatizados.

Cientistas ingleses não apenas embarcaram na onda, como também mostraram que esses robôs aspiradores de pó podem ser bem mais inteligentes e mais interativos.

Para isso, basta implantar bigodes de rato e um cérebro de macaco em um Roomba, dando-lhe um nível totalmente novo de "percepção robótica".

Próteses para robôs

É claro que os bigodes de rato são "próteses robóticas", compostos de fios ligados a sensores, e o cérebro de macaco é um cérebro virtual, um programa de computador, para ser mais claro.

Mas os resultados prometem deixar os donos de robôs domésticos ainda mais certos de que suas engenhocas são mesmo mascotes "vivos".

A equipe do professor Tony Prescott, da Universidade de Sheffield, já havia criado um rato-robô, onde foram aprimorados os bigodes sensoriais artificiais.

Como desenvolver a mecatrônica de um robô é complicado e caro, os pesquisadores deixaram de lado suas feias ratazanas robóticas e adotaram um Roomba.

O cérebro artificial foi desenvolvido criando um modelo matemático a partir dos padrões registrados no cérebro de macacos conforme eles faziam tarefas determinadas.

Devidamente acostumado com seus implantes, o robô agora não apenas limpa o chão, como também é capaz de reconhecer diferentes texturas da superfície, de pisos frios até os carpetes mais macios.

Robô recebe cérebro de macaco e bigodes de rato
O robô com cérebro de macaco e bigodes de rato poderá ser útil para auxiliar na exploração de zonas atingidas por desastres.
[Imagem: University of Sheffield]

Hipóteses biológicas

Segundo os cientistas, com seu novo cérebro, devidamente alimentado com os dados sensoriais dos seus bigodes, o Roomba é capaz de tomar decisões melhores do que qualquer outro método testado antes.

"Os animais superam de longe os robôs atuais em suas capacidades perceptuais. Usando técnicas de como o cérebro percebe o mundo, nós queremos desenvolver métodos para a percepção robótica que permitirá aos robôs interagir com o mundo de forma aprimorada," disse Nathan Lepora, responsável pelos "implantes".

A pesquisa também sugere que ratos e seus bigodes, devidamente munidos de um cérebro de macaco, conseguem reconhecer melhor os objetos e decidir melhor o que fazer com essa percepção.

"Este estudo em particular é voltado principalmente para testar hipóteses biológicas em robôs, em particular as teorias de tomada de decisão desenvolvidas com a gravação de informações do córtex visual dos macacos," explica o pesquisador.

Carinhos e socorro

O próximo passo do projeto será generalizar essas conclusões, dando ao robô outras sensações táteis além da textura, como formato dos objetos e sua posição em relação ao robô.

Nesse ritmo, os donos do Roomba logo poderão contar com novas gerações de robôs que demonstrem ficar felizes quando recebem carícias.

Já os pesquisadores estão mais interessados em aplicar o desenvolvimento na construção de robôs que possam entrar em ambientes desconhecidos para a realização de resgates em casos de acidentes.

É por isso que eles apostam nos bigodes de rato, que podem sentir o ambiente no escuro de forma mais simples e mais segura.

Bibliografia:

Artigo: Optimal decision-making in mammals: insights from a robot study of rodent texture discrimination
Autores: Nathan F. Lepora, Charles W. Fox, Mathew H. Evans, Mathew E. Diamond, Kevin Gurney, Tony J. Prescott
Revista: Interface
Data: January 25, 2012
Vol.: Published online before print
DOI: 10.1098/rsif.2011.0750
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