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Meio ambiente

Satélite de estudantes pode esclarecer mistério dos raios gama terrestres

Redação do Site Inovação Tecnológica - 01/08/2012

Satélite de estudantes pode esclarecer mistério dos raios gama terrestres
As emissões de raios gama terrestres são verdadeiros aceleradores naturais de partículas - as partículas individuais em uma TGF superam os 20 mega-elétron volts.
[Imagem: Zina Deretsky/NSF]

Emissões de raios gama terrestres

Um pequeno satélite de observações, do tamanho de uma caixa de sapatos, pretende elucidar um dos fenômenos mais enigmáticos da atmosfera terrestre.

Toda a concepção e o projeto do experimento foram feitos por estudantes do Siena College, em Nova Iorque. A NASA gostou e agora está bancando a missão.

Até há pouco tempo desconhecidos da ciência, os raios gama terrestres são ejeções de energia 1.000 vezes mais potentes do que as auroras, embora seus raios não sejam emitidos em luz visível.

Há pouco mais um ano, astrofísicos descobriram que as emissões de raios gama terrestres (ou EGF: Terrestrial Gamma Rays produzem feixes de partículas de antimatéria.

Emissões de raios gama geralmente ocorrem nas proximidades de buracos negros ou de outros fenômenos cósmicos de altíssima energia. Por isso foi uma surpresa quando elas foram detectadas nos céus acima da Terra.

As emissões de raios gama terrestres são verdadeiros aceleradores naturais de partículas - as partículas individuais em uma TGF superam os 20 mega-elétron volts.

Relâmpagos e raios gama

Agora, um cubesat - ou picossatélite - batizado de Firefly (vagalume), vai tentar lançar algumas luzes mais visíveis sobre o fenômeno, que os cientistas acreditam estar associados com os raios atmosféricos.

Mas o que causa as emissões de raios gama terrestres ainda são um mistério.

Seriam elas causadas pelos relâmpagos, ou seriam elas a causa dos relâmpagos? Seriam essas emissões as culpadas por partículas de alta energia que frequentemente danificam satélites de comunicação?

Satélite de estudantes pode esclarecer mistério dos raios gama terrestres
Os instrumentos do Firefly estarão de olho nas tempestades ocorrendo abaixo, já que os dados apontam para uma forte correlação entre relâmpagos e emissões de raios gama terrestres.
[Imagem: NASA]

São perguntas como essas que os estudantes, e os cientistas que agora os acompanham, esperam responder com um satélite que nasceu em sala de aula.

Agora, com financiamento da Fundação Nacional de Ciências dos Estados Unidos e suporte da NASA, o picossatélite se tornará o primeiro a pesquisar exclusivamente as emissões de raios gama terrestres.

Os estudantes continuam envolvidos no projeto, e serão eles os responsáveis pelas análises iniciais dos dados.

Ideias de estudantes

O pequeno Firefly terá como instrumentos principais um detector de raios gama e um sistema para detectar relâmpagos, o que poderá elucidar a causalidade entre os dois fenômenos.

"Acredita-se que os raios gama sejam emitidos por elétrons viajando quase à velocidade da luz quando eles são freados por interações com átomos na atmosfera superior," afirma Moretto Jorgensen, da NASA, que agora supervisiona a missão. "As emissões de raios gama terrestres estão entre os fenômenos mais interessantes da nossa atmosfera."

Os picossatélites foram assumidos oficialmente como um programa da Fundação Nacional de Ciências, depois que se percebeu que estudantes do ensino médio e de graduação podem ter excelentes ideias para estudos científicos e testes de novas tecnologias.

E, usando os picossatélites, ou cubesats, como os norte-americanos os chamam, essas pesquisas e testes podem ser feitas a custos extremamente baixos.

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