Redação do Site Inovação Tecnológica - 31/01/2012
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O presidente da agência espacial russa (Roscosmos), Vladimir Popovkin, colocou um fim sobre suas próprias especulações acerca do fracasso da missão Phobos-Grunt.
As declarações de Popovkin, além de uma fonte anônima, citada pelo jornal russo Kommersant, levantaram a suspeita de que um radar dos EUA poderia ter derrubado a sonda que iria a Marte.
Mas a comissão investigadora da própria Roscosmos concluiu que raios cósmicos causaram uma falha nos computadores da nave, que reiniciaram mas não souberam o que fazer de forma automática, ficando à espera de um comando que nunca chegou.
A nave, lançada em 9 de novembro com o objetivo de buscar amostras de solo da superfície da maior lua de Marte, Fobos, misteriosamente não conseguiu disparar o último estágio do seu foguete, ficando à deriva no espaço.
A Phobos-Grunt finalmente queimou-se ao reentrar na atmosfera, em 15 de Janeiro.
Chips de má qualidade
"Dois componentes do sistema de computadores de bordo resetaram espontaneamente e entraram em modo de espera," disse Popovkin. "A razão mais provável para a falha é o impacto de partículas espaciais de alta energia."
Segundo a agência de notícias russa RIA Novosti, "uma comissão do governo descartou qualquer 'influência externa ou estrangeira' sobre a espaçonave, incluindo a alegada emissão eletromagnética de um radar norte-americano no Oceano Pacífico."
Mas Popovkin não se deu por vencido, e levantou uma outra hipótese: chips importados, que podem não ter funcionado como se esperava.
Os chips usados em satélites e naves espaciais são projetados especialmente para lidar com a radiação espacial.
Phobos-Grunt 2
A história, contudo, não fica ao lado das suspeitas de Popovkin: o país falhou em todas as suas 17 tentativas de chegar a Marte, feitas desde os anos 1960.
A próxima aposta da Rússia é entrar para o programa ExoMars, da ESA (agência espacial europeia), que pretende trazer amostras não de uma lua, mas de Marte mesmo.
Popovkin afirmou que, se a ESA não aprovar a entrada da Rússia na missão internacional, o país poderá optar por construir uma Phobos-Grunt 2 - eventualmente com chips de melhor qualidade.