Redação do Site Inovação Tecnológica - 07/12/2021
Robô que abre portas
Lembra-se da velha lição sobre ver o copo meio cheio ou vê-lo meio vazio?
Esta é a sensação que se tem quando se olha para o êxito alcançado por uma equipe de roboticistas da Universidade de Cincinnati, nos EUA.
Yufeng Sun e seus colegas projetaram e construíram um robô que consegue abrir portas comuns, em um prédio de escritórios ou de apartamentos, por exemplo.
Se parece pouco, é porque talvez seja pouco mesmo. Afinal, para quem esperava robôs assistentes nos ajudando nas tarefas domésticas o quanto antes, descobrir que fazer um robô abrir uma porta é tão difícil pode equivaler a ver um copo totalmente vazio.
De fato, se você assistir ao vídeo, verá que o êxito da equipe tem um gosto amargo: A coisa é demorada demais e complicada demais para ser prática.
"Os robôs podem fazer muitas coisas, mas se você quiser que um abra uma porta sozinho e passe pela porta, é um tremendo desafio. Portas são a criptonita para os robôs," reconheceu o professor Ou Ma, coordenador da equipe.
Aprendizado de máquina
Apesar de decepcionante, é preciso ressaltar que a equipe desenvolveu uma abordagem que simplifica bastante o problema.
Várias equipes têm lidado com o problema de robôs abrirem portas rastreando o ambiente inteiro com um laser, criando um modelo digital 3D de cada sala. O robô então analisa esse modelo digitalizado para achar uma porta. É claro que não é prático, porque demora demais e só funciona para salas já digitalizadas.
Em vez disso, a equipe está usando inteligência artificial para que o robô aprenda conforme vá encontrando diferentes tipos de portas.
A abordagem está funcionando porque existem portas das mais diversas cores e materiais, com maçanetas igualmente diferentes, e que podem ser um pouco mais altas ou mais baixas em cada caso. Além disso, os robôs estão aprendendo quanta força precisam usar para abrir as maçanetas e para empurrar as portas.
Mesmo com uma grande massa de dados de treinamento, o robô por enquanto só consegue abrir portas aleatórias em duas a cada três ocasiões. E, claro, desde que você não tenha pressa.