Redação do Site Inovação Tecnológica - 10/06/2014
Cientistas da computação afirmam ter alcançado um marco histórico no campo da inteligência artificial.
Um programa de computador passou pelo Teste de Turing.
Alan Turing, considerado o pai da ciência da computação moderna, propôs, nos anos 1950, um teste para avaliar se uma "inteligência virtual" - um programa de computador - poderia apresentar comportamento inteligente similar ao de um ser humano.
Eugene (Eugênio), um programa de computador que simula um menino de 13 anos de idade, atendeu a todas as condições do Teste de Turing e ludibriou mais de 30% das pessoas que participaram de um chat com ele.
Eugene foi desenvolvido pelo russo Vladimir Veselov e pelo ucraniano Eugene Demchenko. O teste foi realizado durante um evento promovido pela Royal Society na Universidade de Reading.
Teste de Turing
O Teste de Turing investiga se as pessoas conseguem detectar se estão falando com uma máquina ou com um ser humano.
Se um programa for confundido com um ser humano mais de 30% do tempo durante uma série de conversações de cinco minutos - a interação é feita pelo teclado - ele passa no teste.
Eugene conseguiu convencer 33% dos juízes humanos (havia 30 juízes) de que era humano.
"No domínio da inteligência artificial, não há etapa mais simbólica e controversa do que o teste de Turing, quando um computador convence um número suficiente de interrogadores de que não é uma máquina, mas sim um ser humano," disse Kevin Warwick, membro da equipe que fez o experimento.
Polêmica
Segundo Warwick, muitos vão dizer que outros programas já haviam passado no Teste de Turing, mas ele garante que só agora todos os quesitos propostos por Alan Turing foram atendidos, incluindo conversas simultâneas e assuntos irrestritos, sem definição prévia das questões ou mesmo dos assuntos.
De fato, em 1991, um programa chamado PC Therapist, criado por Joseph Weintraub, ludibriou 5 de 10 juízes, alcançando 50% de eficiência.
Em 2011, o programa Cleverbot, feito por Rollo Carpenter, conversou com 30 pessoas ao vivo perante uma plateia de mais de 1.000 pessoas e convenceu nada menos do que 59,3% dos juízes e da plateia de que era humano.
Mas isso não tira o entusiasmo do professor Warwick com seu novo "show": "É claro que o teste tem implicações para a sociedade de hoje. Ter um computador que pode enganar um ser humano a pensar que alguém, ou mesmo alguma coisa, é uma pessoa em quem confiamos é um chamado para o cibercrime. O teste de Turing é uma ferramenta vital para combater essa ameaça. É importante entender mais completamente como uma comunicação on-line em tempo real deste tipo pode influenciar um indivíduo humano de tal forma que ele seja levado a acreditar que algo é verdade... quando na verdade não é."