Redação do Site Inovação Tecnológica - 20/02/2018
Tela na pele
As "peles eletrônicas" para aplicações médicas, que vêm sendo desenvolvidas há alguns anos pela equipe do professor Takao Someya, da Universidade de Tóquio, começaram a sair do laboratório.
A última versão demonstrada pela equipe foi fabricada pela Dai Nippon Printing, uma das maiores empresas de impressão do Japão, que se tornou sócia do projeto para fabricar componentes eletrônicos flexíveis e biocompatíveis usando técnicas rolo a rolo, similares às usadas na impressão de jornais e revistas.
A pele eletrônica já quase industrial é uma tela elástica ultrafina que gruda perfeitamente na pele, mostrando a forma de onda em movimento de um eletrocardiograma coletado por um outro sensor também fabricado com a mesma tecnologia. Combinado com um módulo de comunicação sem fio, o sistema integrado de sensores biomédicos pode transmitir os dados biométricos para um computador ao lado, para um celular ou para a nuvem.
O objetivo a médio prazo é colocar no mercado sistemas baseados em peles eletrônicas para monitorar a saúde de idosos ou enfermos, viabilizando o acompanhamento dessas pessoas sem que elas precisem se deslocar até o consultório médico ou hospital, criando técnicas de monitoramento contínuo e não-invasivo que poderão ser usadas também para autocuidados preventivos em casa.
Pele eletrônica
A tela flexível e biocompatível é composta por uma matriz de 16 x 24 microLEDs, interligados por fios esticáveis, tudo montado sobre uma folha de borracha transparente.
"Nossa tela sobre a pele mostra gráficos simples com movimento. Como ela é feita com materiais finos e macios, ela pode ser deformada livremente," disse o professor Someya.
O pesquisador acrescenta que este novo modelo é mais resistente ao desgaste pelo esticamento do que as versões anteriores porque foi construído sobre uma nova estrutura que minimiza o estresse resultante do alongamento na junção entre os materiais duros - como os microLEDs - e os materiais moles - como a fiação elástica.
Os testes mostraram que a pele eletrônica pode ser usada continuamente por uma semana sem causar qualquer inflamação.
Embora a demonstração tenha usado um eletrocardiograma, a equipe afirma que o sensor flexível é capaz de medir temperatura corporal, pressão sanguínea e mieoeletricidade - a propriedade elétrica dos músculos.
O professor Someya acredita que seu trabalho se tornará um produto comercial em cerca de três anos. A partir de então, talvez se torne possível incrementar seus "poderes pessoais" adquirindo seu próprio sexto sentido magnético.