Redação do Site Inovação Tecnológica - 19/01/2022
Geologia em movimento
Inicialmente parecia apenas mais uma imagem do Valles Marineris - o grand canyon de Marte.
Pelo menos até que os geólogos da Agência Espacial Europeia (ESA) resolvessem dar um zoom na imagem captada pela sonda ExoMars.
O zoom revelou várias rochas que se desprenderam e rolaram pela borda do penhasco, deixando rastros no material arenoso macio conforme desciam ladeira abaixo.
Este é mais um sinal da "geologia em movimento" em Marte.
Apesar de sua atmosfera rarefeita, o planeta tem ventos suficientes para criar redemoinhos, já fotografados várias vezes levantando poeira.
Além disso, os robôs marcianos já detectaram um asteroide caído em Marte e até uma pedra muito estranha, totalmente fora do lugar, aparentemente arremessada pelas rodas do rover Opportunity.
Mas rochas tão grandes em movimento recente é uma novidade.
Pedras rolantes de Marte
A imagem mostra uma fatia através do tortuoso Labirinto Noturno (Noctis Labyrinthus). A característica semelhante a um penhasco que atravessa a parte central da imagem é parte de um sistema de pilar e falha (horst-graben), que compreende cumes elevados e platôs alternados com vales afundados, criados como resultado de processos tectônicos que seccionaram a superfície do planeta.
Toda a rede de planaltos e trincheiras que compõem o Labirinto Noturno se estende por cerca de 1.200 km, com penhascos individuais atingindo 5 km acima da superfície do vale vizinho.
Em várias partes da imagem, em particular no lado direito, há manchas de ondulações lineares que foram moldadas pelo vento. Algumas pequenas crateras de impacto também marcam presença, revelando a queda de meteoritos.
Mas as grandes estrelas da imagem são os vários rastros das pedras que rolaram ladeira abaixo, agora conhecidas como as "Rolling Stones" de Marte.