Redação do Site Inovação Tecnológica - 02/08/2021
Recarregamento à distância
Um novo tipo de carregador de baterias sem fio pode finalmente disseminar o uso dessa tecnologia que promete tanta comodidade.
Já existem diversas soluções de recarregamento à distância, mas as rotas técnicas para isso envolvem sistemas complexos de detecção e controle.
Tradicionalmente, o transmissor de energia precisa primeiro detectar a presença e a posição do aparelho a ser recarregado para poder enviar energia em sua direção. E essa detecção geralmente é feita com sensores ou mesmo câmeras, adicionando volume e custo ao dispositivo.
Prasad Kumara e seus colegas da Universidade de Aalto, na Finlândia, eliminaram essa necessidade de detecção criando canais de transferência de energia em todas as direções, sintonizando automaticamente esses canais, o que permite que os aparelhos receptores sejam carregados mesmo quando estão em movimento.
Aparelhos como telefones, notebooks e outros pequenos eletrodomésticos equipados com esse novo receptor poderão receber tanto energia para recarregar suas baterias, quanto energia para alimentar diretamente suas funções - sem nunca precisar estar em contato físico ou ser colocado em uma base.
"O que diferencia este transmissor é que ele é autossintonizável, o que significa que você não precisa de uma eletrônica complexa para se conectar aos receptores embutidos nos dispositivos. Como ele se autossintoniza, você também pode mover o dispositivo livremente dentro de uma ampla faixa de carregamento," explicou Prasad.
Carregador omnidirecional
A equipe conseguiu esse efeito de transmissão omnidirecional de energia refazendo o projeto das bobinas usadas no transmissor. Devido ao modo como os fios são enrolados, as bobinas criam dois tipos de campos eletromagnéticos: Um indo para fora e outro ao redor. Esses campos acoplam o receptor e o transmissor para obter uma transferência de energia eficiente.
O protótipo do transmissor é de fato altamente eficiente (90%), mas apenas até 20 centímetros de distância. A equipe afirma que já tem versões que funcionam em distâncias maiores, apenas com uma menor eficiência de transferência de energia. Em princípio, a faixa de eficiência máxima pode crescer à medida que a tecnologia é aprimorada, afirmam.
"Por enquanto, o alcance máximo na eficiência de pico depende do tamanho do transmissor e do receptor. Com a engenharia certa, poderemos miniaturizá-los," disse Pravad.
A tecnologia também terá que ser avaliada quanto à segurança para a saúde dos seres humanos que estarão sujeitos aos campos eletromagnéticos gerados pelo carregador remoto omnidirecional.