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Meio ambiente

Oceano Ártico tem menor nível de gelo já registrado

Agência Fapesp - 17/12/2008

Oceano Ártico tem menor nível de gelo já registrado
Relatório divulgado na reunião anual da União Geofísica Norte-Americana destaca que efeitos das alterações no clima estão ocorrendo mais rapidamente do que se esperava
[Imagem: Wikimedia Commons]

Impactos promovidos pelas mudanças climáticas estão ocorrendo mais rapidamente do que se esperava, de acordo com um relatório apresentado durante a reunião anual da União Geofísica Norte-Americana, em San Francisco.

Diminuição do gelo marinho

Entre os efeitos acelerados estão a perda de gelo marinho, a elevação no nível do mar e um possível estado de seca permanente no oeste da América do Norte.

O relatório é parte de uma série de 21, que estão sendo produzidos por cientistas de instituições acadêmicas e de agências do governo a pedido do Programa Científico de Mudanças Climáticas do governo norte-americano. As análises incluem dados de diversos estudos e levantamentos, como os feitos pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC).

Cenários animadores

Ao mesmo tempo em que aponta que algumas projeções têm sido demasiadamente conservadoras, como no caso do derretimento da calota polar, o relatório agora divulgado destaca que em outros pontos o cenário não implica a ameaça imediata estimada, como no caso das alterações nos padrões de correntes oceânicas que influem no clima na Europa e no aumento nas emissões de metano.

Entre as alterações que têm ocorrido com velocidade superior à estimada anteriormente estão mudanças nas geleiras nas extremidades da Groenlândia e do oeste antártico. Outro destaque são mudanças hidroclimáticas sobre a América do Norte e sobre as regiões subtropicais do planeta, que, segundo o relatório, poderão se intensificar devido ao aquecimento global.

Secas

"O relatório também identificou que a seca poderá se estender no sentido do pólo Norte no oeste da América do Norte, aumentando a probabilidade de secas severas e persistentes no futuro. Se os modelos que utilizamos estão acurados, trata-se de um processo que já começou. A possibilidade de o oeste [do continente] entrar em um estado de seca permanente não tem sido abordada como deveria", destacou o principal autor do estudo, Peter Clark, professor de geociências na Universidade do Estado de Oregon.

Mudanças climáticas rápidas

Especialistas apontam que mudanças climáticas têm se sucedido na história da Terra e geralmente são muito lentas, ocorrendo em centenas ou milhares de anos. Entretanto, em alguns casos as mudanças foram muito mais rápidas, na ordem de décadas.

"Mudanças climáticas abruptas apresentam riscos potenciais para a sociedade que ainda são muito pouco compreendidos", destacaram os autores no relatório.

Entre as necessidades mais imediatas, apontam os pesquisadores, estão o desenvolvimento de melhores sistemas de observação climática e de previsão de secas e a continuidade do monitoramento nos níveis de metano na atmosfera.

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