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Minerais revelam água subterrânea na juventude de Marte

Com informações da ESA - 29/06/2012

Minerais revelam água subterrânea na juventude de Marte
Os minerais mostram que a circulação da água ocorreu a vários quilômetros de profundidade, há 3,7 bilhões de anos.
[Imagem: NASA/MOLA Science Team/D. Loizeau et al.]

Crateras de impacto

As crateras de impacto são janelas naturais para a história das superfícies planetárias - quanto mais profunda a cratera gerada pelo choque de um corpo celeste que entra na atmosfera, mais se consegue recuar no tempo.

As rochas expostas pelo impacto permitem estudar o material que esteve escondido debaixo da superfície.

Em um novo estudo, as naves da ESA e da NASA, Mars Express e Mars Reconnaissance Orbiter, respectivamente, ampliaram crateras numa área de 1.000 x 2.000 km, numa região das terras altas do sul de Marte, chamada Tyrrhena Terra, para tentar perceber a história da água na região.

Focando na composição química das rochas incrustadas nas paredes das crateras, na orla e nas elevações centrais, bem como nos materiais que as rodeiam, os cientistas identificaram 175 locais com minerais formados na presença de água.

Água subterrânea

"O vasto leque de crateras estudadas, de várias dimensões, de menos de 1 km de diâmetro até 84 km, indica que estes silicatos hidratados foram escavados das profundezas, a uma profundidade que vai de algumas dezenas de metros até aos milhares," disse Damien Loizeau, principal autor do estudo.

"A composição das rochas é tal que nos leva a concluir que a água subterrânea deve ter estado presente por um longo período, de forma a ter podido alterar a sua composição química," completou.

Enquanto o material escavado pelos impactos parece ter estado em contato próximo com a água, há pouca evidência de que tenha sido alterado depois de chegar à superfície.

"A circulação da água ocorreu a vários quilômetros de profundidade, há 3,7 bilhões de anos, antes que a maior parte das crateras na região tivesse sido formada," diz o coautor do estudo, Nicolas Mangold.

"A água gerou uma grande diversidade de alterações químicas nas rochas que refletem baixas temperaturas perto da superfície e altas temperaturas em profundidade, mas sem uma relação direta às condições à superfície naquele período," completou

Comparando os dados com a geologia de Mawrth Vallis, uma vasta região rica em argila, esta apresenta uma distribuição dos minerais hidratados muito mais uniforme, o que indica uma relação mais próxima com os processos na superfície.

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