MCT - 29/11/2010
Agenda de competitividade
O estado de Minas Gerais agora também tem o seu Núcleo de Inovação.
O núcleo é uma ação da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), iniciativa da Confederação Nacional das Indústrias (CNI) para dobrar, em quatro anos, o número de empresas inovadoras no País.
O diretor de Operações da CNI, Rafael Lucchesi, ressaltou o papel fundamental da inovação na agenda de competitividade das empresas, e da importância do empresariado na implementação desta agenda.
Lucchesi também lembrou os diversos fatores que podem contribuir para o sucesso deste objetivo, como facilitar o acesso ao crédito e ter a preferência nas compras do governo.
"Nossa meta é desafiadora: dobrar o número de empresas inovadoras no País. Mas é um objetivo totalmente factível. Para isso, vamos criar uma agenda de ganho de produtividade para as pequenas e médias empresas. E sensibilizar a direção das indústrias para a importância da inovação", afirmou Lucchesi.
Marco regulatório
Os instrumentos que estarão disponíveis com a instalação dos Núcleos de Inovação foram relacionados pelo secretário-executivo do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), Luiz Antonio Elias.
Alguns deles foram criados para promover maior integração entre os diversos níveis de governo, a iniciativa privada, universidades e centros de pesquisa. Elias também comparou os mecanismos atuais de incentivo à inovação com os existentes há alguns anos, e apontou alguns problemas.
"Se antes não tínhamos marco regulatório e recursos, hoje temos. Certamente, temos que melhorar a comunicação e a burocracia. Muitos não sabem da existência desses incentivos ou de como ter acesso a eles", explicou Elias.
Um estudo recente apontou obstáculos à inovação no Brasil com base no estudo das estratégias nacionais de estímulo à inovação em sete países: EUA, Canadá, França, Finlândia, Reino Unido, Irlanda e Japão - veja Inovação tem lugar central nas políticas industriais de países desenvolvidos.
Potencial de desenvolvimento
A demora do setor privado brasileiro em adotar a estratégia de inovação decorreu das três décadas de instabilidade macroeconômica no País, analisou Luciano Coutinho, presidente do BNDES. Os empresários não tinham como enxergar a economia em longo prazo, quanto mais assumir os riscos que a inovação nos negócios traz.
Coutinho também listou os setores cuja capacidade de crescimento o fazem crer no potencial de desenvolvimento de Minas e do Brasil. "Temos que fazer investimentos em petróleo e gás, em energia - estamos construindo três das maiores hidrelétricas do mundo - e construção civil. Aprendemos com nossos erros em macroeconomia. Há hoje uma capacidade do Brasil de sustentar esse crescimento que é reconhecida por todos", disse Coutinho.
Em seguida, ele enumerou as características do parque industrial mineiro que podem lhe trazer vantagens na disputa pelo mercado. Uma delas é a diversidade. O presidente do BNDES citou as indústrias siderúrgica, metalúrgica, mecânica, química e a agroindústria, instaladas em Minas, para confirmar sua ideia. "Trata-se de uma indústria de tradição e que neste momento tem tido um crescimento muito forte, no qual destaco as pequenas e médias empresas. Também temos registrado uma resposta muito forte no setor de agronegócio", analisou Coutinho.
Competitividade nacional
O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, reafirmou seu compromisso com o aumento da competitividade da indústria nacional, cujo ponto principal é o incentivo à inovação.
Ele citou o contrato assinado com o Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sebrae), cujo montante de R$ 50 milhões será investido na implementação de 20 a 27 Núcleos de Inovação no País.
"Estamos comparando o nosso trabalho de incentivo à inovação com o movimento em prol da qualidade, que mobilizou a indústria há algum tempo. E que trouxe aumento da participação do Brasil não só no mercado nacional como no internacional", avaliou Andrade.