Redação do Site Inovação Tecnológica - 13/06/2017
Medidores inteligentes de energia
Os medidores inteligentes tiveram um efeito apenas "modesto" sobre a demanda de eletricidade residencial e o tempo de uso da energia pelos moradores - sobretudo durante os períodos de pico, quando a energia é mais cara.
A conclusão é de engenheiros da Universidade de Waterloo, no Canadá, que compararam dados antes e depois da instalação dos medidores por uma empresa de distribuição em mais de 20 mil clientes domésticos no sudoeste de Ontário.
Os medidores inteligentes são a primeira face de conceitos como Internet das Coisas e Cidades Inteligentes adotados em larga escala. A expectativa era que eles ajudassem a reduzir o consumo de eletricidade, sobretudo nos horários de pico.
Esses equipamentos também dão às concessionárias informações do consumo de energia das residências virtualmente em tempo real, ao contrário dos medidores antigos, que tipicamente são usados apenas para uma leitura mensal. Em outros países, eles já estão sendo utilizados para fazer tarifações diferenciadas em horários de pico.
Retorno do investimento
Usando ferramentas estatísticas para avaliar o impacto das diferenças climáticas entre as estações, o pesquisador Reid Miller mostrou que a demanda residencial por eletricidade caiu 2,6% durante os períodos de pico e 2,4% durante os períodos médios após a instalação dos aparelhos.
"Há um ganho, mas o ganho é muito pequeno," disse o professor Lukasz Golab.
Segundo ele, na área pesquisada a instalação dos medidores inteligentes custou cerca de US$ 1 bilhão e o objetivo fundamental era mudar a demanda dos períodos de pico, reduzir a pressão sobre as usinas e a rede de transmissão.
De acordo com a equipe, será necessário fazer estudos mais específicos para verificar se as "mudanças modestas no comportamento dos clientes residenciais" justifica o investimento.
"É suficiente? Não tenho certeza. Não temos os dados para decidir se esse tipo de economia garante o uso dos medidores inteligentes," disse a professora Catherine Rosenberg.
Os resultados também sugerem que os parâmetros de tempo usados para determinar a tarifação podem não estar alinhados adequadamente com o uso real, pelo menos para os clientes residenciais. Por exemplo, o pico de uso mostrou-se defasado em exatamente uma hora com a hora segundo o horário de verão na região.