Redação do Site Inovação Tecnológica - 18/07/2012
Fumaças sólidas
O título de material mais leve do mundo tem um novo detentor - e com um recorde mundial quase imbatível.
O mais famoso concorrente nessa área é o aerogel.
Inicialmente feito de dióxido de silício, o aerogel foi enviado pela NASA ao espaço para coletar amostras de cometa.
Depois surgiram versões da "fumaça sólida" feita com nanotubos de carbono e até de diamante, compondo a fumaça mais cara do mundo.
Há cerca de seis meses, o título de substância sólida mais leve do mundo foi conquistado por uma "fumaça sólida metálica", produzida nos Laboratórios HRL, nos Estados Unidos.
Aerografite
Agora, cientistas das universidades de Hamburgo e Kiel, na Alemanha, construíram uma rede porosa de nanotubos de carbono que pesa meros 0,2 miligrama por centímetro cúbico.
Eles batizaram seu material de aerografite.
"Nosso trabalho está causando sensação na comunidade científica. O aerografite pesa quatro vezes menos do que o detentor do recorde até agora," comemora Matthias Mecklenburg, o idealizador do novo material.
O aerografite também foi construído de tubos ocos, como a fumaça sólida metálica que detinha o recorde até agora. Mas ele tira proveito do fato de que o carbono é mais leve do que o níquel.
Além disso, os cientistas conseguiram fazer com que mesmo as paredes dos túbulos que formam o aerografite fossem ocas, tornando o material extraordinariamente leve.
Fumaça de grafite
Além de leve, o material tem outras características que poderão ser interessantes em várias aplicações.
O aerografite é estável em condições ambiente, é eletricamente condutor, dúctil, elástico e absorve quase toda a luz que incide sobre ele.
O "grafite aerado" também é altamente resiliente: enquanto a maioria dos materiais ultraleves suporta bem a compressão mas não a tensão, o aerografite se sai bem nos dois casos.
O material pode ser comprimido até 95% e retornar ao seu formato original sem qualquer dano.
Baterias mais leves
A aplicação potencial mais promissora para o aerografite está nas baterias de íons de lítio, usadas em celulares, notebooks e tablets.
Com eletrodos de aerografite, a bateria necessitará de uma quantidade mínima de eletrólito, reduzindo de forma significativa o seu peso.
Outras possibilidades de uso incluem a absorção de vibrações em veículos e aviões, na purificação de água ou na ampliação da condutividade elétrica de materiais sintéticos, evitando o acúmulo de eletricidade estática em roupas, por exemplo.