Logotipo do Site Inovação Tecnológica





Meio ambiente

Material ativado com luz solar mata pernilongo da dengue

Com informações da UFMG - 17/06/2014

Material ativado com luz solar mata larvas <i>Aedes aegypti</i>
O material, que fica boiando na superfície da água, reage por meio de um processo fotocatalítico - um processo induzido pela radiação solar.
[Imagem: Luiza Ananda/UFMG]

Pesquisadores da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) desenvolveram um material que, em contato com a água e sob luz solar, impede a eclosão dos ovos dos pernilongos Aedes aegypti e mata as larvas recém-nascidas.

O material é fabricado na forma de um tijolo de concreto, que passa por um processo de tratamento químico sob pressão, no interior de uma autoclave.

Quando pronto, o tijolo é poroso e leve, com uma densidade menor do que a da água, o que o faz flutuar.

"Nossa intenção era trabalhar um processo ambientalmente correto e que contribuísse com os métodos e tecnologias já disponíveis para evitar a proliferação da dengue," conta o professor Jadson Belchior, coordenador da pesquisa, iniciada há um ano e meio.

Processo fotocalítico

Além de água limpa, as larvas do Aedes aegypti, pernilongo transmissor da dengue, precisa de material orgânico e oxigênio.

A proposta dos pesquisadores foi criar um mecanismo que não deixasse a larva eclodir ou não permitisse o desenvolvimento daquelas já formadas, matando-as por asfixia ou por falta de alimentação.

Depois de receber tratamento químico, o tijolo é cortado em cubos ou tabletes e depositado nos locais a serem protegidos.

O material, que fica boiando na superfície da água, reage por meio de um processo fotocatalítico - um processo induzido pela radiação solar.

No momento em que ocorre a combinação de água, luz e tablete, é gerado um composto químico que mata as larvas do pernilongo - o composto químico gerado ainda está sendo mantido em sigilo porque o processo está sendo patenteado.

A tecnologia pode ser utilizada em qualquer lugar onde houver a possibilidade de acúmulo de água, como vasos de plantas, calhas e caixas d'água. Sem água ou luz, o dispositivo não entra em atividade, uma vez que é necessária a combinação das duas condições para desencadear a ação.

A equipe também desenvolveu o material na forma de uma manta flexível, com as mesmas propriedades químicas dos tabletes, para facilitar a adaptação a determinadas estruturas, como as calhas, onde é comum o acúmulo de água - a manta assume o formato da estrutura e adere à superfície em que for colocada.

Segurança

O professor Jadson Belchior afirma que o material tem vida útil de quatro a cinco meses, o que seria suficiente para uma proteção durante a época do ano mais propícia à proliferação dos pernilongos e à transmissão da dengue.

Quando está inerte por falta de água ou de luz, o material não perde as características. "Havendo água e luz continuamente, a durabilidade é de cerca de quatro meses. Se, por exemplo, houver um intervalo de dois meses na atividade, a durabilidade sobe para seis meses", salienta.

Ele garante que o princípio ativo utilizado não é nocivo à saúde humana e não afeta a potabilidade da água, embora a tecnologia ainda dependa da aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser utilizada, por exemplo, em reservatórios de água para consumo humano.

Seguir Site Inovação Tecnológica no Google Notícias





Outras notícias sobre:
  • Catalisadores
  • Biotecnologia
  • Construção Civil
  • Fotônica

Mais tópicos