Redação do Site Inovação Tecnológica - 10/11/2017
Voo aquático
Esta "manta-droide" - um robô inspirado na estrutura das belíssimas raias manta, que parecem voar em vez de nadar - promete ajudar a levar os robôs submarinos a um novo patamar de eficiência.
Ao contrário da maioria das espécies subaquáticas, as raias manta possuem um mecanismo de propulsão único que lhes permite cruzar águas turbulentas batendo suas barbatanas peitorais com um mínimo de esforço. Isso tem gerado grande interesse na compreensão da ciência por trás desse mecanismo com vistas à sua incorporação em veículos subaquáticos autônomos.
O esforço valeu a pena - enquanto os robôs tipicamente têm que retornar à base a cada poucos minutos para recarregar, a MantaDroide nada por até 10 horas a uma velocidade de até 0,7 metro por segundo, o que significa que ela avança duas vezes seu comprimento - 35 centímetros - a cada segundo.
"Ao contrário de outros robôs subaquáticos que se movimentam pelo bater de asas, que replicam a cinemática de aletas das raias manta usando múltiplos motores para obter atuações ativas em todas as aletas, a MantaDroide é impulsionada por apenas um motor elétrico em cada barbatana. Para isso, deixamos a flexibilidade passiva das barbatanas interagir naturalmente com a dinâmica dos fluidos da água para impulsionar os movimentos subsequentes," explicou o professor Chew Chee Meng, da Universidade Nacional de Cingapura.
Ciência e busca e salvamento
O protótipo mede 35 centímetros de comprimento, 63 centímetros de largura e pesa 700 gramas.
A eficiência da MantaDroide mostrou que essa é uma alternativa promissora aos propulsores tradicionais baseados em hélices utilizados nos robôs submarinos convencionais, permitindo um alcance mais longo com uma velocidade excepcional.
O corpo plano e largo do robô também permite acomodar uma variedade de sensores para diferentes finalidades de observação, como o estudo da biodiversidade marinha, a medição de dados hidrográficos e a realização de operações de busca.
Agora a equipe se prepara para deixar a piscina e testar o robô em ambiente real, enfrentando as correntes de mar aberto. Futuramente, o objetivo é construir versões maiores para observações reais.