Maior câmera digital do mundo começa a tomar forma

Redação do Site Inovação Tecnológica - 28/10/2022

Cada quadrado visto no sensor da câmera é composto por 16 CCDs, cada um captando 16 megapíxeis.
[Imagem: Jacqueline Ramseyer Orrell/SLAC]

Câmera LSST

A maior câmera digital do mundo acaba de ser montada com todos os seus componentes estruturais principais.

Embora ainda não esteja pronta, ela agora se mostra por inteiro, com seu 1,65 metro de altura.

A seguir ela será montada dentro de sua estrutura definitiva, com um aparato para troca automatizada dos filtros de luz com que coletará suas imagens.

Só então ela estará pronta para ser enviada ao Chile, onde será montada no Observatório Vera Rubin para começar a fotografar 20 bilhões de galáxias em um rastreio de 10 anos, um projeto chamado LSST, sigla em inglês para Levantamento Legado de Espaço e Tempo.

A câmera LSST possui 189 CCDs, os sensores que captam a luz e a transformam em sinais elétricos que são enviados ao computador, onde a imagem digital é reconstruída - são 3,2 gigapíxeis de resolução total, o que renderá 20 terabytes de dados a cada noite de observação.

Sua lente principal, com um diâmetro de 1,57 metro, é a maior do seu tipo já construída.

Quando inserida em sua estrutura de movimentação automatizada, a câmera pesará mais de três toneladas.
[Imagem: Jacqueline Ramseyer Orrell/SLAC]

Filme do céu

Como o telescópio Vera Rubin varrerá o céu inteiro muito rapidamente, ele fornecerá uma visão dinâmica do Universo.

Mecanismo automático de mudança dos filtros da câmera.
[Imagem: Rubin Observatory/DOE]

Durante o rastreio automatizado do céu, que deverá começar em 2024, a câmera irá fotografar automaticamente cada pedaço do céu em uma sequência de varredura na forma de uma matriz, o que permitirá compor imagens completas.

Como ela voltará ao ponto inicial a cada três dias, o rastreio LSST na verdade fará um filme do céu austral, resumindo 10 anos de tudo o que acontece no espaço.

Além de permitir a montagem de imagens compostas do mesmo ponto, revelando objetos distantes, de luz muito fraca, o filme temporizado permitirá observar fenômenos transientes, como explosões de supernovas, e a passagem de asteroides e cometas próximos à Terra.

A expectativa dos astrônomos é que o software de controle emita de milhares e milhões de alertas de mudança de posição de corpos celestes observadas entre cada passagem de três dias.