Redação do Site Inovação Tecnológica - 08/11/2010
Cientistas da Universidade de Waterloo, no Canadá, criaram um novo processo para dar "mais inteligência" aos chamados materiais inteligentes.
A descoberta promete revolucionar a fabricação de uma série de produtos, de discos rígidos para computadores, até stents para cirurgias cardíacas.
Ligas com memória de forma
Os chamados materiais inteligentes, também conhecidas como ligas de memória de forma, são conhecidos por sua capacidade de "lembrar" de uma forma pré-determinada, retornando a ela depois de sofrerem uma deformação.
Os materiais com memória tradicionais lembram de uma forma em uma temperatura e de uma segunda forma a uma temperatura diferente. Isso significa que eles mudam de forma quando se atinge uma temperatura limite.
Com a nova tecnologia, os materiais inteligentes podem ter várias memórias diferentes, cada uma lembrando de uma forma diferente - acionada segundo um gradiente de temperaturas.
O novo processo, chamado de Tecnologia de Materiais com Memória Múltipla, dá aos engenheiros mais liberdade no projeto, o que permitirá incorporar mais funcionalidades em equipamentos como dispositivos médicos, sistemas microeletromecânicos (MEMS), impressoras, discos rígidos, componentes automotivos, válvulas e atuadores.
"Esta tecnologia inovadora torna os materiais inteligentes ainda mais inteligentes," afirma Ibrahim Khan, principal responsável pelo desenvolvimento. "Nós desenvolvemos uma tecnologia que incorpora várias memórias em um material inteligente monolítico. Em essência, um único material pode ser programado para lembrar várias formas, tornando-se mais versátil do que com as tecnologias anteriores."
Memórias locais
O processo, que já foi patenteado, permite que praticamente todos os materiais com memória recebam memórias locais adicionais, que são integradas para formar uma estrutura única.
A zona de transição integrada ao material tem apenas alguns micrômetros de largura, viabilizando a utilização da tecnologia em equipamentos miniaturizados. Podem ser implantadas múltiplas zonas, cada uma com uma temperatura de transição definida.
Quando o material é sujeito a uma variação de temperatura, cada zona de transição muda de formato conforme sua temperatura de transição é atingida, o que permite a criação de dispositivos que assumem formatos complexos de forma suave e contínua.