Redação do Site Inovação Tecnológica - 28/07/2010
O maior acelerador de partículas do mundo, o LHC (Grande Colisor de Hádrons) efetuou as primeiras medições fundamentais das partículas subatômicas.
Além de confirmarem o Modelo Padrão da física, os resultados representam uma espécie de "aquecimento" rumo às verdadeiras descobertas que se espera deste que é o maior experimento científico da história.
Redescoberta do Modelo Padrão
Os primeiros resultados do LHC foram apresentados durante a Conferência Internacional sobre Física de Altas Energias (ICHEP), a maior reunião mundial sobre física de partículas, que atraiu mais de 1000 participantes para a sede do CERN.
Os porta-vozes dos quatro principais experimentos do LHC - ALICE, ATLAS, CMS e LHCb - estão apresentando as medições dos três primeiros meses de funcionamento do LHC com uma energia de 3,5 TeV por feixe, que é três vezes e meia maior do que já havia sido obtido antes em um acelerador de partículas.
Com estas primeiras medições, os experimentos estão redescobrindo as partículas que estão no cerne do Modelo Padrão - o pacote que contém a explicação atual das partículas da matéria e das forças que atuam entre elas.
Este é um passo essencial antes de passar a fazer descobertas verdadeiras, segundo os cientistas. Por exemplo, entre os bilhões de colisões já gravadas, algumas contêm "candidatos" para o quark top.
"A redescoberta dos nossos 'velhos amigos' no mundo das partículas mostra que os experimentos do LHC estão bem preparados para adentrar em novos territórios," disse o diretor-geral do CERN, Rolf Heuer. "Parece que o modelo padrão está funcionando conforme o esperado. Agora cabe à natureza nos mostrar o que há de novo."
Descobertas reais
Dois experimentos adicionais também já se beneficiaram dos primeiros meses de funcionamento do LHC em 3,5 TeV por feixe.
O LHCf está estudando a produção de partículas neutras em colisões próton-próton para ajudar na compreensão das interações dos raios cósmicos na atmosfera da Terra. A equipe responsável pelo LHCf já coletou todos os dados que precisava nesse nível de energia dos feixes.
O TOTEM, que vai realizar estudos em profundidade do próton, está começando a fazer suas primeiras coletas de dados.
O LHC deverá funcionar continuamente por 18-24 meses, com o objetivo de fornecer dados suficientes para que os experimentos possam fazer avanços significativos em uma ampla gama de processos físicos.
Com a quantidade de dados nesse período, conhecida como um femtobarn inverso, os experimentos terão possibilidades reais de fazerem descobertas significativas.