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Informática

Japão está construindo cultura para otimizar pequenas empresas inovadoras

Com informações da Universidade Stanford - 03/10/2016


Cultura das start-ups

Ainda que a incorporação de empresas emergentes de alta tecnologia - as chamadas start-ups - seja uma prática comum no mercado, o Japão parece decidido a levar a prática a um novo nível.

Parece que, em vez de depender unicamente das inovações "feitas em casa", as corporações japonesas estão cultivando uma "cultura das start-ups", não apenas monitorando continuamente qualquer novo negócio promissor, de forma englobá-lo o mais rapidamente possível, mas também incentivando o surgimento dessas iniciativas promissoras, mas de alto risco.

"Podemos ver que, nos últimos 15 anos mais ou menos, alterações no contexto geral da política econômica japonesa, que passa por uma reforma gradual, mas significativa, criaram um ecossistema de start-ups no Japão muito mais vibrante do que a maioria das pessoas, tanto dentro quanto fora do Japão, se dão conta," afirma o pesquisador Kenji Kushida, da Universidade de Stanford, nos EUA.

Em sua pesquisa, Kushida demonstra que, ao longo da última década, o Japão realizou reformas significativas que agora estão dando frutos - reformas que vão desde a política fiscal e monetária destinada a incentivar o investimento privado, até uma série de regulamentos envolvendo o direito empresarial, a organização das universidades, a mobilidade dos trabalhadores e reformas no mercado financeiro.

Como resultado, o Japão está adotando um "vibrante ecossistema de empresas emergentes de alta tecnologia," disse Kushida.

Evolução empreendedora

O pesquisador afirma que essa transformação - ela fala em "evolução" - pode fazer a diferença em um país onde a estabilidade e a lealdade corporativas - e não necessariamente a inovação ou a criatividade - têm sido os valores sociais e empresariais dominantes.

A diferença é significativa porque, em uma cultura de assimilação de start-ups, as grandes corporações japonesas passam a assimilar uma prática na qual o risco de falha e fracasso fazem parte do jogo.

"A mudança de gerações está acompanhando as mudanças normativas sociais que estão se tornando mais favoráveis ao espírito empreendedor e às empresas emergentes de alto crescimento. Os empreendedores e as empresas emergentes de alto crescimento estão sendo festejadas na mídia popular e nos principais eventos mais do que nunca," escreve Kushida.

Aprendendo no Vale

Ainda assim, o setor de tecnologia do Japão tem um longo caminho a percorrer para se aproximar das práticas do Vale do Silício, onde está a maioria das empresas que rompem com os paradigmas tecnológicos. "Quando comparado com o Vale do Silício, o ecossistema japonês ainda é pequeno em escala, mas praticamente todos os outras ecossistemas de startups são assim," analisa o pesquisador.

Ele relata que um fluxo crescente de empresários e CEOs japoneses está chegando ao Vale do Silício para obter mais do que uma mera noção de como as coisas funcionam ali.

Kushida afirma, se as estimativas atuais se confirmarem, o Japão deve esperar uma onda de pequenas empresas de alta tecnologia de sucesso, todas suportadas por um "ecossistema mais forte de suporte aos negócios emergentes, combinado com grandes empresas mais abertas" ao empreendedorismo.

Essas grandes empresas, diz ele, vão incentivar seus próprios empreendedores internos para que saiam do emprego e lancem outras novas empresas, o que irá acelerar ainda mais o ciclo de startups no Japão.

Bibliografia:

Artigo: Japan's Startup Ecosystem: From Brave New World to Part of Syncretic "New Japan"
Autores: Kenji E. Kushida
Revista: Asian Research Policy
Vol.: 7 No. 1, page(s): 67-77
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