Redação do Site Inovação Tecnológica - 27/11/2012
Impressora tecelã
Impressoras 3D são boas para imprimir qualquer coisa, embora só agora estejam começando a imprimir aparelhos eletrônicos funcionais.
Mas imprimir tecidos vivos, que possam ser implantados diretamente em um paciente, era algo que se julgava ainda distante no futuro.
Tao Xu e seus colegas da Universidade Wake Forest, nos Estados Unidos, transformaram essa possibilidade em realidade.
Para isso, Xu inventou um novo tipo de impressora híbrida.
O aparelho é um misto de impressora jato de tinta e de uma técnica de fabricação conhecida como tecelagem eletrostática (electrospinning).
Natural e sintético juntos
A combinação das duas técnicas permitiu que os pesquisadores fabricassem estruturas compostas de materiais naturais e materiais sintéticos.
Os materiais sintéticos dão resistência mecânica ao objeto fabricado, enquanto os materiais naturais criam o ambiente que permite o crescimento de células vivas.
A tecelagem eletrostática usa uma corrente elétrica para gerar fibras muito finas a partir de polímeros em solução.
O equipamento permite o controle preciso da composição dos polímeros, além de permitir a fabricação de estruturas porosas, que encorajam o crescimento celular, para que as células implantadas se integrem ao tecido circundante.
O primeiro resultado é uma cartilagem que poderá no futuro ser implantada em pacientes com lesões ou ajudar a crescer novamente a cartilagem em áreas específicas, como nas juntas.
Impressão robotizada
O sistema híbrido produziu peças de cartilagem com estabilidade mecânica muito superior àquelas criadas usando apenas as técnicas de bioimpressão tradicionais, baseadas na técnica jato de tinta.
A cartilagem artificial manteve suas características funcionais no laboratório e em implantes em animais.
"Esta prova de conceito ilustra como uma combinação de materiais e técnicas de fabricação gera materiais implantáveis duráveis," disse James Yoo, coordenador da pesquisa.
"Outras técnicas de fabricação, tais como sistemas robóticos, estão atualmente sendo desenvolvidos para melhorar ainda mais a produção de tecidos implantáveis," concluiu ele.