ESA - 16/06/2010
Ano Polar Internacional
Enquanto os gelos do Ártico diminuem inevitavelmente até um novo mínimo no Verão, os cientistas realçam a contribuição excepcional que os satélites artificiais prestaram ao Ano Polar Internacional e no mapeamento dos efeitos das alterações climáticas.
Nas comemorações dos extraordinários resultados do Ano Polar Internacional (API), a Conferência Científica de Oslo do API reuniu 2400 pesquisadores, educadores e membros das comunidades polares - naquele que foi o maior encontro de ciência polar de todos os tempos.
O ambicioso programa de dois anos do API foi estabelecido para melhorar o entendimento dos complexos problemas das regiões polares e estudar a relação entre este ambiente frágil e o clima.
Importância dos satélites
"As observações de satélite revolucionaram os conhecimentos sobre a criosfera e o papel crítico que esta desempenha na modelação do sistema climático da Terra", disse Ghassem Asrar, Diretor do Programa Mundial para Investigação Climática.
"Atribuo o sucesso desta tentativa pioneira de recorrer à constelação internacional de satélites de observação da Terra aos esforços das agências espaciais, e em particular à ESA, que desempenhou um papel preponderante na liderança do GIIPSY," disse Kenneth Jezek, da Universidade do Estado de Ohio.
Com os efeitos das alterações climáticas tornando-se rapidamente uma realidade, os satélites observaram alterações dramáticas durante o período do API.
Por exemplo, o radar Envisat detectou o colapso de uma ponte de gelo e a desestabilização da Plataforma de Gelo Wilkins, na Antártida, no ano passado, registrando ainda o recorde para os mínimos históricos na extensão dos gelos marítimos durante o Verão do Ártico, em 2007.
Missão de gelo da ESA
Mais uma vez, a extensão dos gelos do Ártico está sendo discutida, já que, neste momento, ela caiu abaixo dos recordes atingidos em Junho de 2007, o que pode significar que os gelos deste Verão poderão atingir um novo mínimo.
A ESA tem agora uma nova ferramenta para ajudar a compreender os gelos terrestres: o satélite CryoSat-2, o chamado satélite do gelo.
Mapeando as alterações na espessura dos gelos, o CryoSat-2 irá trazer novas evidências, ajudando na compreensão do ritmo que gelo está se alterando. Não apenas para os gelos flutuantes nos oceanos polares, mas também nas grandes camadas que cobrem a Groenlândia e a Antártida.
Recuperação da camada de ozônio
Durante a conferência também foi sublinhada a forma como os satélites de longo prazo têm sido cruciais na detecção de gases poluentes na atmosfera polar e a a sua importância no ataque à camada de ozônio.
A camada de ozônio tem sido monitorada rotineiramente, a partir do espaço, ao longo das últimas três décadas - tendo sido registrada uma perda recorde no Polo Sul em 2006. Em 2009, o ERS-2, o Envisat e o MetOp deram a sua contribuição, mostrando que se registra uma ligeira tendência rumo à recuperação do ozônio.
Os oradores reiteraram a necessidade de um monitoramento contínuo das regiões polares para aumentar o nosso entendimento dos processos climáticos em latitudes elevadas.
Por se tratarem de regiões tão remotas, torna-se ainda mais determinante a manutenção de medições por satélite e o projeto de novas missões que venham complementar o conhecimento nesta área.