Redação do Site Inovação Tecnológica - 10/10/2014
O Centro Nacional de Oceanografia do Reino Unido está iniciando uma campanha inédita de observação marítima.
Embora já existam robôs submarinos monitorando todos os oceanos da Terra, eles ainda são poucos para dar ao mar a atenção que ele merece.
A entidade montou então uma frota de robôs marinhos não-tripulados que partirão para uma missão de mapeamento de uma área de 500 km no Atlântico Norte.
O objetivo é testar novas tecnologias, aferir a resistência e a capacidade de cada robô e, aproveitando o ensejo, mapear a vida marinha em uma região pesqueira.
Existem robôs submarinos dos mais diversos tipos, alguns com olhos de laser, outros movidos pela variação de temperatura do oceano e até um modelo com um sistema sensorial inspirado em peixes cegos.
Mas o monitoramento ambiental tem suas próprias exigências, sobretudo a necessidade de operação por longos períodos de forma autônoma, o que exige a autogeração de energia ou o aproveitamento do movimento natural do mar.
O projeto vai testar quatro modelos desenvolvidos com esses objetivos em mente.
Autonaut
O Autonaut é impulsionado pelas ondas e por motores elétricos alimentados por painéis solares.
Ele é flutuante - não mergulha - e sua prancha tem lugar para acomodar vários quilogramas de instrumentos. Os dados são transmitidos para as equipes em terra via satélite.
O impacto das ondas no casco da embarcação é convertido diretamente em impulso propulsor, dando ao robô marítimo uma velocidade de até 5,5 km/h para um modelo típico de 3,5 metros de comprimento.
Como a tecnologia de propulsão pelas ondas é escalável, uma versão de 5 metros pode chegar a 9 km/h, além de aumentar muito o volume útil.
C-Enduro
O C-Enduro lembra um aerobarco.
Contudo, em vez de prover propulsão, a hélice é uma turbina eólica que aproveita os ventos para gerar eletricidade.
A propulsão primária é fornecida por dois motores elétricos, mas há também um pequeno motor diesel para fornecer energia em períodos de calmarias.
O C-Enduro foi projetado para operar autonomamente por até três meses.
Ele mede 4,2 m de comprimento, 2,8 m de altura e pesa até 500 kg totalmente carregado, com quase 200 kg de capacidade de carga útil.
Os instrumentos incluem sensores de dados meteorológicos e sensores que coletam dados abaixo da superfície.
Waveglider
O Waveglider é o mais conhecido do grupo, depois de sua jornada épica através do Oceano Pacífico.
O robô, meio de superfície, meio submarino, é formado por dois elementos distintos, um que flutua e outro que vai mergulhado.
A metade superior, com o formato de uma prancha de surf, é ligada por um cabo a uma parte menor submersa, dotada de uma série de aletas e uma quilha.
O movimento de subir e descer pelas ondas, feito pela parte superior, é transmitido pelo cabo até a parte inferior, movimentando as aletas e, por decorrência, o robô.
As versões mais atuais do Waveglider receberam um sistema de propulsão híbrido, que armazena a energia coletada pelos painéis solares em baterias para navegação em condições adversas.
Slocum Glider
O Slocum é o modelo mais tradicional de robô submarino, lembrando um torpedo.
Seu diferencial é que ele foi projetado para operar em grupos, formando uma rede móvel para capturar dados de grandes áreas.
O enxame robótico é capaz de se mover para locais e profundidades específicas, ocupando grades espaciais e temporais controladas.
Podendo carregar uma grande variedade de sensores, o robô pode ser programado para patrulhar áreas durante várias semanas de cada vez, transmitindo seus dados para a base sempre que vem à tona.