Redação do Site Inovação Tecnológica - 22/09/2014
Fios de diamante
O diamante é um cristal de carbono extremamente duro - por muito tempo o material mais duro conhecido pelo homem.
Assim, parece difícil imaginar alguém usando fios de diamante para tecer "cordas cristalinas".
Pois foi justamente isso que fizeram Thomas Fitzgibbons e seus colegas da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos.
Partindo de moléculas de benzeno, a equipe sintetizou os cristais de diamante em formato de longas fibras - autênticas nanocordas de diamante.
Os fios de diamante demonstraram propriedades extraordinárias, superando não apenas os polímeros mais resistentes que se conhece, mas também deixando para trás a incrível resistência dos nanotubos de carbono, que alguns já acreditam ser suficiente para tornar realidade os elevadores espaciais.
"Do ponto de vista da ciência básica, nossa descoberta é intrigante porque as fibras que formamos têm uma estrutura que nunca havia sido vista antes," disse o professor John Badding, líder da equipe.
Extremamente útil
O núcleo das nanofibras é uma longa fita de átomos de carbono organizados da mesma forma que as unidades básicas da estrutura atômica do diamante - anéis de seis átomos de carbono em zigue-zague, chamados ciclohexano.
"É como se um joalheiro incrivelmente talentoso tivesse amarrado juntos os menores diamantes possíveis para formar um longo colar em miniatura," disse Badding. "Como essa fibra é essencialmente diamante, esperamos que ela se mostre extremamente rígida, extremamente forte - e extremamente útil."
Os fios de diamante foram produzidos submetendo o benzeno a pressões extremamente elevadas, e depois diminuindo essa pressão lentamente, dando tempo para que os átomos de carbono reagissem entre si e se ligassem em tetraedros quase perfeitamente organizados.
O próximo objetivo dos pesquisadores é descobrir uma técnica para produzir os nanofios de diamante de forma contínua.
"As altas pressões que nós usamos para fazer a primeira nanofibra de diamante limitam nossa capacidade de produção a apenas alguns milímetros cúbicos de cada vez, de forma que ainda não conseguimos produzi-la em quantidade suficiente para que elas sejam úteis em escala industrial," disse Badding.