Redação do Site Inovação Tecnológica - 06/03/2018
Tempestade cósmica
Pode ser possível detectar com maior antecipação as perigosas erupções solares, um dos fenômenos mais temidos do clima espacial.
Em setembro de 1859, uma poderosa tempestade magnética solar, conhecida como Evento Carrington, atingiu a Terra e causou danos extensos nas redes então existentes - e eram apenas redes de cabos telegráficos.
Hoje, estima-se que uma rajada de partículas solares de alta intensidade possa ter efeitos catastróficos, interrompendo não apenas todas as redes de computadores, incluindo a internet, como também as comunicações via satélite e as redes de distribuição de energia elétrica. E, em 2012, uma tempestade solar devastadora passou raspando pela Terra.
Agora, uma equipe de várias instituições francesas descobriu que um fenômeno fundamental precede todas as erupções solares.
Rastreando esse fenômeno pode ser possível prever as erupções solares com uma antecedência muito maior, o que eventualmente permitirá tomar medidas de precaução - medidas que, infelizmente, restringem-se hoje a desligar os aparelhos e desativar as redes, assim como retiramos os aparelhos da tomada quando ocorrem tempestades muito fortes.
Gaiolas e cordas magnéticas
Tahar Amari e seus colegas descobriram a presença de uma "gaiola" de confinamento a partir da qual se forma uma corda magnética, causando erupções solares - uma corda magnética é um emaranhado de linhas do campo magnético torcidas juntas como as fibras em uma corda de sisal.
É a resistência dessa gaiola magnética ao ataque da corda que determina o poder e o tipo da erupção que virá a seguir.
Esta descoberta permitiu que a equipe desenvolvesse um modelo capaz de prever a energia máxima que pode ser liberada durante a erupção solar.
Assim como na Terra, tempestades e furacões varrem a atmosfera do Sol quase o tempo todo. Esses fenômenos são causados por reconfigurações repentinas e violentas do campo magnético solar e caracterizam-se por uma intensa liberação de energia na forma de emissões de luz e partículas - e, algumas vezes, pela ejeção de uma bolha de plasma.
Estudar esses fenômenos, que ocorrem na corona - a região periférica do Sol -, possibilitará desenvolver melhores modelos de previsão do clima espacial, ajudando a limitar nossa vulnerabilidade tecnológica às erupções solares.