Com informações da Agência Brasil - 14/08/2013
A utilização de softwares livres, ou seja, programas cujo código-fonte está disponível gratuitamente, podendo ser copiados e modificados por qualquer pessoa, pode ser uma opção para evitar o tipo de espionagem realizada pelo governo dos EUA, denunciados recentemente por Edward Snowden.
A avaliação é do diretor-presidente do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), Marcos Mazoni.
Mazoni falou na abertura da sexta edição do Congresso Internacional Software Livre e Governo Eletrônico (Consegi), que está sendo realizado nesta semana em Brasília.
"O mundo do software livre é uma belíssima resposta a tudo isso que está acontecendo no mundo hoje. Se nós trabalhamos com códigos fechados, que não nos permitem saber o que estão fazendo, é muito mais propício a uma decisão desse fornecedor se vai nos espionar ou não. No mundo do software livre, a decisão passa para nós, muda de lado, passa para o mundo do usuário", explica.
Mazoni lembra que a implementação do software livre em plataformas de governos sempre teve como foco aumentar a segurança dos dados dos países.
Consegi
O tema deste ano do Consegi é Portabilidade, Colaboração e Integração. "São temas muito atuais: estamos trabalhando com a lógica de que o mundo da tecnologia vai ter que suportar mobilidade, rede social, grandes quantidades de informações", disse Mazoni.
O evento terá 50 oficinas e 150 palestras, com a participação de representantes de diversos países, entre agentes públicos, movimentos sociais, hackativistas, pesquisadores e estudantes para debater tecnologias que podem ampliar o acesso à informação e agilizar a prestação de serviços públicos.
O Consegi também irá prestar uma homenagem ao ex-presidente da África do Sul Nelson Mandela. "Especialmente pela questão do respeito à individualidade e às diferenças. Associando a tecnologia à razão mais importante do ser humano que é o respeito. E colaboração só acontece com respeito", diz Mazoni.
No ano passado, o evento reuniu cerca de 5 mil participantes, e a expectativa é que esse número se amplie para até 6 mil participantes neste ano.
Robôs
Entre as oficinas oferecidas estão edição de músicas e vídeos ou criação de aplicativos móveis e robôs com softwares livres.
Uma cadeira de rodas controlada pelo pensamento, criada por estudantes universitários brasileiros, é uma das tecnologias apresentadas.
No Espaço de Robótica e Inovação também estão expostas tecnologias como um robô capaz de apoiar o resgate de vítimas de incêndio, um mouse controlado por movimentos faciais e lâmpadas que acendem ou apagam por meio do celular.
Outra tecnologia apresentada é o Balloon Mapping, uma técnica de mapeamento aéreo de baixo custo para monitorar obras públicas.
Todas as inovações foram construídas a partir de tecnologias baseadas em softwares e hardwares livres.
Ônibus Hacker
Os hackers também terão espaço no evento com o HackDay, onde ativistas e participantes do congresso se reúnem para desenvolver programas e aplicativos, a partir de dados disponibilizados pelo governo, que ajudem o cidadão na hora de fiscalizar o Poder Público.
Os hackers contam ainda com o Ônibus Hacker e atividades promovidas pela entidade Transparência Hacker.