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Informática

O que é Web3 e como ela mudará a maneira como usamos a Internet?

Com informações da New Scientist - 17/12/2021

O que é Web3 e como ela mudará a maneira como usamos a Internet?
A Web3 começa definindo sua própria tendência e tentando se livrar da mercantilização ao abandonar o ".0" e o espaço.
[Imagem: Pixabay]

Uma nova internet?

Mais uma palavra da moda está empolgando a internet: O chavão do momento é Web3.

Mas o que exatamente é Web3? A revista britânica New Scientist fez um levantamento das promessas, sonhos e riscos que estão sendo associados e que envolvem o conceito.

Eis aqui o que você precisa saber.

O que é Web3?

Basicamente, a ideia por trás da Web3 é pegar a Web (www, ou world wide web) como a conhecemos e adicionar a tudo a tecnologia de registro distribuído, ou cadeias de blocos (blockchain), a mesma usada pelas criptomoedas.

Direito de propriedade na internet

E por que alguém pensaria em fazer isso?

A web já foi vista como uma utopia, em que qualquer um poderia fazer qualquer coisa, mas os proponentes da Web3 afirmam que a web hoje é dominada por grandes corporações e algoritmos proprietários.

As cadeias de blocos podem levar para a internet o direito de propriedade, e fazer isso de forma igualitária. "A Web3 é uma forma de lidar com o trauma da perda de um ex-possível grande futuro para a internet," disse Niels Ten Oever, da Universidade de Amsterdã, nos Países Baixos, um dos defensores da ideia.

Por que Web3?

A primeira web foi a tradicional world wide web, lançada por Tim Berners-Lee em 1989, que permitia que pessoas com conhecimento técnico colocassem informações online de forma descentralizada, e interligassem essas informações por meio de hiperlinks.

O termo Web 2.0 foi cunhado por Darcy DiNucci em 1999 e mais tarde popularizado e largamente "mercantilizado" por Tim O'Reilly durante uma conferência em 2004. O movimento consistiu basicamente no desenvolvimento de ferramentas fáceis de usar que permitiram a qualquer pessoa criar conteúdo online, e não apenas especialistas, mas ao custo da centralização no que viriam a se tornar os "gigantes da tecnologia" que temos hoje, como Meta (Facebook) e Google.

A Web3 começa definindo sua própria tendência e tentando se livrar da mercantilização ao abandonar o ".0" e o espaço. Mas seu principal apelo, segundo seus apoiadores, é permitir o melhor dos dois mundos anteriores: Ferramentas descentralizadas, facilidade de uso e manutenção dos direitos de cada um sobre o próprio conteúdo.

O que é Web3 e como ela mudará a maneira como usamos a Internet?
Alguns especialistas defendem que a internet seja supervisionada por um órgão equivalente à OMC.
[Imagem: CC0 Public Domain/Pixabay]

Como começar?

O núcleo da Web3 serão os aplicativos distribuídos, o que já significa mais um termo para se acostumar: dapps (Distributed APPlications). Eles serão construídos desde o princípio usando a cadeia de blocos Ethereum, que paga aos usuários que ajudam a manter sua rede online.

A ideia é que os aplicativos distribuídos tenham um papel semelhante aos das lojas, como a AppStore (Apple) e a PlayStore (Google). "Precisamos que o atrito seja removido e se criem casos de uso abrangentes, o que acontecerá quando mais desenvolvedores independentes começarem a lançar mais dapps construídos sobre as cadeias de bloco," defende Zoe Scaman, fundadora do estúdio de estratégia Bodacious e defensora da Web3.

Quais dapps já estão disponíveis?

Dos cinco principais dapps no momento, o mais popular é aquele que permite às pessoas trocarem criptomoedas, enquanto outro é para negociar tokens não-fungíveis (NFTs). Os outros três são jogos, semelhantes aos sucessos iniciais da AppStore, mas com uma diferença fundamental: Você pode ser pago em criptomoedas para jogá-los.

O que vai mudar na internet?

Os defensores da Web3 afirmam que sua proposta é criar um novo futuro ousado, projetado para tirar o controle das grandes plataformas de tecnologia e colocar o poder nas mãos dos cidadãos comuns: Uma internet descentralizada, onde o poder das pessoas supera o poder das empresas.

É claro que nem todos concordam em tudo, alguns afirmando, por exemplo, que uma arquitetura distribuída e a descentralização seriam possíveis e melhor alcançadas sem as cadeias de bloco.

"Se você construir uma arquitetura distribuída em uma infraestrutura centralizada, não estará descentralizando repentinamente a infraestrutura," critica Ten Oever. Embora a infraestrutura da web seja nominalmente descentralizada, na prática grande parte da internet roda em servidores hospedados por um punhado de empresas, como a Amazon - e o mesmo está acontecendo com a Web3, diz ele, já que as pessoas rodam dapps hospedados por apenas alguns provedores.

É certo que, como em todo novo empreendimento, há problemas que precisam ser resolvidos, e novos sempre surgem pelo caminho. Assim como aconteceu com a Web 2.0, o termo Web3 já está sendo rapidamente reivindicado por aqueles que estão tentando ganhar dinheiro rápido.

"Sempre haverá pessoas tentando ganhar dinheiro," reconheceu Scaman, "Mas também há pessoas incrivelmente talentosas construindo coisas incríveis."

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