Redação do Site Inovação Tecnológica - 10/03/2008
Simulando Marte
Dois estudantes norte-americanos passaram duas semanas vivendo como se estivessem em uma missão para Marte: eles passaram todo o tempo no interior de um laboratório com poucos metros cúbicos de espaço, vestindo roupas de astronautas, respirando oxigênio armazenado em cilindros e comendo comida de astronautas.
Eles somente podiam se comunicar com o mundo exterior por rádio. E mesmo assim, para reproduzir com fidelidade as condições com que os futuros exploradores de Marte se defrontarão, cada vez que eles passavam um email, o servidor só tomava conhecimento da mensagem 20 minutos depois - esse é o tempo que uma mensagem leva para percorrer a distância entre Marte e a Terra.
Estação de Pesquisas do Deserto
A experiência foi feita na Estação de Pesquisas do Deserto, construída pela Mars Society no deserto do estado de Utah, nos Estados Unidos. O objetivo da estação é dimensionar os desafios médicos, psicológicos, logísticos e até mecânicos com que os futuros astronautas se defrontarão quando estiverem realmente em Marte.
Zahra Khan e Phillip Cunio, os dois estudantes que participaram da experiência, não foram escolhidos por acaso. Suas teses de mestrado consistem em projetos de pesquisas que buscam soluções para facilitar a vida dos astronautas em missões de longa duração.
Amostras científicas e suprimentos
Zahra estuda a logística envolvida nas viagens exploratórias para empreender pesquisas biológicas e geológicas. Seu trabalho inclui a saída para o exterior da estação, sempre com trajes herméticos, como um astronauta de verdade usaria, e o emprego de jipes espaciais para a coleta de amostras.
Já Phillip estuda formas de manejo e controle dos suprimentos da estação espacial. Ele emprega etiquetas RFID para um acompanhamento constante de toda a água e comida, não apenas indicando um consumo excessivo de determinado ítem, mas alertando até mesmo se algum produto foi posto fora do lugar.
Emprego inesperado
Infelizmente a experiência teve que ser interrompida prematuramente. Mas não porque tenha havido qualquer problema com a estação ou com os estudantes- astronautas. É que a participante Zahra Khan foi chamada às pressas para uma entrevista de emprego na Agência Espacial Européia.
Todas as experiências feitas no interior da Estação de Pesquisas do Deserto podem ser acompanhadas ao vivo, por câmeras instaladas em diversas posições, que transmitem continuamente suas imagens pela Internet (veja os links abaixo).