Redação do Site Inovação Tecnológica - 25/06/2014
Diamantes espaciais
Se esta notícia está-lhe parecendo um déjà vu, pode ficar tranquilo - você de fato já leu antes sobre planetas de diamantes, estrelas de diamante, estrelas que viraram planetas de diamantes e até chuva de diamantes em outros planetas.
O que você talvez não tenha lido foram estudos mais aprofundados que desmentiram algumas das notícias acima:
Certamente que já se conhecem diamantes de origem extraterrestre, mas os astrônomos andam entusiasmados mesmo é com corpos celestes inteiros formados com a preciosa cristalização do carbono - ainda que alguns se restrinjam aos anéis de diamante celestes formados por alinhamentos estelares.
Estrela de diamante
Este novo achado acena com uma estrela que seria um diamante do tamanho da Terra, ou algo parecido - ainda que outros acreditem já ter encontrado planetas com até "três Terras" de diamante.
David Kaplan e seus colegas afirmam que o binário PSR J2222-0137 possui a anã branca mais fria e de brilho mais fraco já detectada - o outro par desse precioso casal é um pulsar, uma estrela de nêutrons que gira em altíssima velocidade.
E é um casal antigo, que merece mesmo uma joia para comemorar suas bodas de algo em torno de 11 bilhões de anos - a mesma idade que se calcula que a Via Láctea tenha.
Como a anã branca é formada principalmente de carbono e oxigênio, e é tão fria, os astrônomos deduziram que seu carbono deve ter-se cristalizado, formando algo como um diamante do tamanho da Terra no espaço.
Aplicando a Teoria da Relatividade de Einstein, os astrônomos calcularam como a gravidade da "estrela de diamante" deforma o espaço, causando retardos no sinal de rádio emitido pelo pulsar conforme ele passa por trás dela.
Esses cálculos indicaram que o pulsar tem uma massa 1,2 vez maior que a do Sol, enquanto a estrela de diamante tem uma massa 1,05 vez maior do que a do Sol, condensada em um diâmetro similar ao da Terra, com uma temperatura centenas de vezes menor que a do Sol.
Anãs brancas
Anãs brancas são os estados finais extremamente densos de estrelas parecidas com o nosso Sol, que entraram em colapso para formar um objeto aproximadamente do tamanho da Terra.
Tudo indica que estrelas desse tipo sejam comuns no Universo, mas seu brilho é tão fraco que é muito difícil detectá-las. Para compreender esse processo de detecção, veja a reportagem abaixo, que descreve um estudo incrivelmente similar: troque o nome do pulsar e tudo o mais é igual:
Sendo comuns, tudo o que se espera é que uma dessas estrelas seja encontrada mais perto de nós para, primeiro, confirmar que diamantes realmente se formam lá e, se for este o caso, quem sabe fazer uma imagem e ver se estrelas de diamantes têm realmente a aparência que sua descrição nos faz imaginar.